Moradores comentam suposta prisão e PM esclarece caso
Moradores de Bom Repouso, Ouro Fino, Bueno Brandão, Monte Sião e Jacutinga, entre outros municípios mineiros e até de São Paulo, tiveram que lidar com a preocupação aos perigos nos relatos de um homem transvestido de lobisomem que assustava e até abordava pessoas pelas ruas.
Bom Repouso, com cerca de 10 mil habitantes, foi o local descrito onde o lobisomem teria sido preso. Na operação de captura, a polícia contou até com o apoio de militares do exército. De acordo com o texto, o ‘monstro’ havia passado por Jacutinga, Ouro Fino, Monte Sião e Bueno Brandão antes de chegar à cidade. Detido e identificado, o relato apontava um artista de Varginha que tinha a intenção de brincar e assustar as pessoas.
Os moradores de Bom Repouso, como em todas as cidades por onde o lobisomem teria passado, contam que o assunto foi amplamente compartilhado nos últimos dias.
Uma funcionária de uma pousada disse que ouviu e viu na internet “mas acho que é fake. Na delegacia aqui não teve ninguém preso em um caso como esse. Acho que teríamos ficado sabendo”.
Varginha é conhecida nacionalmente por ser palco de encontros com extraterrestres e, se pelo menos esse caso não é fictício, é certeza que o do lobisomem não passou de boato.
A Polícia Militar de Bom Repouso esclareceu que a notícia “é boato. Não tivemos prisão de ninguém nesse sentido. Até no estado de São Paulo ouviram falar dessa história. Recebi mensagens através do pessoal de São Paulo e não aconteceu nada disso. É a primeira vez que tomo conhecimento de comentários assim pela cidade”, explicou o sargento Andrade, da Polícia Militar de Bom Repouso.
A cerca de 100 quilômetros de Bom Repouso, fica a cidade de Joanópolis, umas das cidades em São Paulo que fazem divisa com Minas. Alguns relatos compartilhados sobre o caso diziam que o lobisomem vinha do município paulista. O resto seria basicamente o mesmo: artista anônimo, andando pelas ruas e assustando pessoas à noite. Essa seria uma teoria até mais plausível.
Joanópolis é conhecida como a ‘joia da Mantiqueira’ e ‘terra do lobisomem’. Historicamente, a cidade aproveita o folclore para atrair turistas e brincar com a situação. “Usamos as histórias e o mito sempre amistosamente para promover o folclore e a cultura na cidade. Nunca tivemos problemas como alguém fantasiado sendo preso por furtos, agressões ou por abordar e assustar as pessoas”, diz Andréa Grunewald, chefe de comunicação do município.
Pela cidade, casas e estabelecimentos comerciais são caracterizados com fantasias. No município, em tempos de festas, artistas se vestem de lobisomem, brincando e posando para fotos com turistas. “Não tem ninguém específico que se veste (de lobisomem). Nas festas, alguém se veste para tirar fotos com turista e promover o folclore. Temos várias referências pela cidade e até uma casa do lobisomem, na Cachoeira dos Pretos, e uma Associação dos Criadores de Lobisomem”, comenta Andréa, que finaliza brincando: “Se fosse alguém daqui, acho que teríamos ficado sabendo em poucas horas.”
Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro