Sinttro propõe Programa de Demissão Voluntária a funcionários da Gil

Em assembleia na manhã desta sexta-feira (13), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF) propôs aos funcionários da empresa Goretti Irmãos Ltda. (Gil) a adesão ao Programa de Demissão Voluntária (PDV). A medida é uma alternativa para que os trabalhadores, que convivem com recorrentes atrasos salariais, consigam se desvincular da Gil e recebam todas as verbas pendentes em um número de parcelas ainda a ser definidas.

O encontro dos trabalhadores ocorreu na garagem da Gil, reunindo 595 trabalhadores da empresa, e foi confirmado pelo vice-presidente do Sinttro, Claudinei Janeiro. Conforme o representante sindical, o processo de adesão ao PDV junto ao Ministério Público começará imediatamente. Pelo programa, os funcionários terão direito a 20% da multa rescisória, além de parcelar as pendências salariais, de fundo de garantia e férias. “O programa foi proposto pelo sindicato para resguardar o direito do trabalhador”, justifica Janeiro.

Os rodoviários vinculados à Gil estão em regime de greve desde o último dia 29, dando seguimento ao mais novo capítulo do imbróglio que permeia todo o ano de 2020, com diversas manifestações e paralisações dos trabalhadores.

O Sinttro confirmou que os funcionários seguem com as pendências salariais, e o débito aumentou no mês de novembro, com a adição dos vencimentos relativos a outubro e os benefícios complementares, todos em débito.

Só 50% da frota em operação

Atualmente, 50% da frota da empresa está sendo mantida em circulação, atendendo pedido da Justiça. Alguns trabalhadores não estão comparecendo aos postos de trabalho. Entretanto, conforme o Sinttro, por decisão própria. “Alguns trabalhadores, pela falta de pagamento, não estão vindo. Mas é opção do trabalhador, que está sem salário”, assegura o vice-presidente.

Com a indefinição na situação dos funcionários, o PDV é visto pelo Sinttro como uma maneira de evitar uma longa batalha judicial, além de liberar os trabalhadores para serem absorvidos por outras empresas do sistema de transporte urbano. “A Gil, infelizmente, não tem mais condição de operar em Juiz de Fora”, lamenta Janeiro. “E, se houver processo de falência, esse imbróglio vai durar muito tempo”, completa.

A reportagem da Tribuna entrou em contato com a Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra) e com a Gil solicitando posicionamento sobre o imbróglio. No entanto, até o fechamento da matéria, não houve resposta.

Negociações com GIL seguem no MPT

O Sinttro tem reunião agendada para esta sexta-feira, às 14h, no Ministério Público do Trabalho. O encontro dá seguimento às conversações do sindicato com a Gil e as demais empresas do sistema, além da Settra, para viabilizar a transferência de linhas e dos funcionários para outras empresas. 

A tendência, de acordo com o sindicato, é que haja a absorção da maioria dos cerca de 600 trabalhadores. No entanto, sobretudo os funcionários da manutenção, que atuam nas garagens das empresas, deverão ter dificuldades na integração. “(As empresas) já têm o próprio pessoal da manutenção. Mas muitos trabalhadores já estão com outros planos”, conta Claudinei.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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