Setor de eventos e turismo é um dos primeiros a sofrer impactos da crise

Com a indicação dos órgãos de saúde para que a população permaneça em isolamento social, o setor de eventos e turismo em Uberaba já sente os impactos provocados pelo avanço do coronavírus. A Prefeitura Municipal de Uberaba publicou decreto na sexta-feira (20), deliberando sobre o fechamento dos estabelecimentos comerciais, de serviços e similares no município. Anteriormente havia sido publicado outro documento suspendendo e cancelando eventos que acarretem aglomeração de pessoas como shows, exposições, jogos, cultos, feiras, leilões, reuniões sociais e outros. 

A empresária Maria Paula Mendes Carvalho, do ramo de buffet e festas infantis viu seu faturamento despencar neste mês de março. “Tive três festas canceladas, das quais tive que devolver o dinheiro aos clientes. E todas as outras de março e abril estão adiadas. A perspectiva é que só volte a normalizar em julho, ou seja, quatro meses sem faturar. Isso para uma empresa é inadmissível. Sem contar os empregos indiretos que gero, de monitores infantis, empresas de balões, garçons, todos serão prejudicados, não apenas minha empresa. Acredito que para que o cenário pudesse ser menos negativo, os clientes poderiam remarcar as festas e não cancelar, assim não perderíamos tanto”, conta.

O ramo da hotelaria na cidade também percebeu queda significativa em seu fluxo de clientes. O gerente de uma rede conhecida, dos hotéis Golden Park e Dan Inn, Flávio Aquino, destaca que o adiamento de um dos maiores eventos da cidade, a ExpoZebu, que ocorreria no fim de abril, não teve repercussão tão negativa nas reservas. "Boa parte dos hóspedes apenas adiou o compromisso. Entretanto, o movimento de um modo geral caiu cerca de 50% neste mês de março", pontua. Ele ressalta que o quadro está sendo avaliado hora a hora no decorrer dos dias.

“Todos os setores serão afetados, uns mais, outros menos. Aquele empresário que conseguir encontrar uma alternativa para amenizar a crise não sentirá tanto, mas aqueles que ainda mantêm um modelo tradicional de negócio e que não se adaptarem terão consequências talvez irreversíveis. O setor de turismo e eventos sente de imediato a crise, pois lida com entretenimento, um dos primeiros itens cortados no orçamento quando ocorre alguma situação emergencial. Ainda mais agora, que estamos vivendo o isolamento social”, salienta o presidente da Aciu, Anderson Cadima. 

Somente na primeira quinzena de março o volume de receitas do setor de turismo brasileiro caiu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa perda equivalente a R$2,2 bilhões.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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