Reunião nesta quarta, 19, às 14 horas no gabinete do prefeito Marcelo Morais, irá definir os rumos de São Sebastião do Paraíso em relação às medidas a serem tomadas no combate à pandemia de coronavírus. Ao Jornal do Sudoeste, Marcelo admitiu que poderá recorrer à medida extrema de fechamento da cidade, o chamado lockdown.
Os números de casos relacionados à contaminação estão sendo monitorados a cada seis horas pelo vice-prefeito, médico Daniel Tales. “Os números subiram demais no fim de semana. As pessoas deixaram de ter cuidados necessários”, aponta o prefeito.
Da reunião além do prefeito e vice, devem participar membros da Secretaria municipal de Saúde, Vigilância Sanitária que irão avaliar os números, e definirem se há necessidade de medidas mais drásticas, visando diminuir a movimentação do vírus, o que será tratado também com o Comitê Covid. “Desde quinta-feira passada houve crescimento muito grande de contágio”, disse, ao admitir o lockdown.
Em sua página em rede social, Marcelo Morais fez extensa postagem na qual afirma a experiência enfrentada em ser prefeito “da cidade no pior momento da pandemia, quando o município completa 200 anos, com quase 200 mortos pelo Covid”.
E acrescenta: “O que é certo? E o errado? A culpa disso tudo é de alguém? Tenho 42 anos, não tomei a vacina ainda, minha esposa 42 anos não vacinou, meu filho 11 anos exposto todo dia, afinal seu pai (prefeito), pode trazer o vírus pra dentro de casa porque atende no mínimo 50 pessoas por dia.
Mas não pode vacinar o prefeito. É crime em uma sociedade que rotula político, colocando os bons e os ruins dentro do mesmo balaio, não cedendo sequer a qualquer possibilidade de uma vacina para um dos mais expostos da cidade por obrigação e não por escolha”.
Marcelo criticou os “churrascos em família”, a falta de uso de máscaras, e festa realizada no fim de semana em São Sebastião do Paraíso, que segundo informações tinha em torno de 300 pessoas, que a exemplo de outras estariam subestimando a existência do coronavírus.
E alfineta: “O que importa para muitos quase 200 mortos né? Afinal, para muitos 200 é pouco para quem não viu enterrar alguém destes quase 200 sem poder se despedir e vivenciar uma das cenas mais impactantes que já presenciei”.
Ele conclui sua postagem afirmando: “Continuarei com a verdade da decisão que a ciência me orientar e que meu coração me guiar e que Deus possa lhe preservar da dor da alma, porque infelizmente, número por número, a sua verdade que lhe dirá o que deve ser feito”.
Fonte: Jornal Sudoeste
Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro