Repórter da Tribuna, Sandra Zanella recebe troféu Mulher Cidadã

Como acrobata, ela dança suspensa pelo tecido e direciona o jogo do equilíbrio nas mãos e nas pontas dos pés. Como repórter, equilibra o factual e a sensibilidade. É direta, mas sem perder jamais a delicadeza. Sandra Zanella, artista de circo por amor e jornalista por convicção, dedica sua vida para contar histórias, mais recentemente, em cima do palco ou do picadeiro. Há 15 anos, o ofício se repete nas páginas da Tribuna de Minas.

Nesta quarta-feira (9), a repórter foi homenageada na edição 2020 do Troféu Mulher Cidadã, uma distinção oferecida a 15 mulheres que prestaram relevantes serviços à cidade em variadas áreas de atuação. A honraria foi recebida, no gabinete do prefeito Antônio Almas, uma vez que a solenidade de entrega do troféu, que estava prevista para ser realizada em março, teve que ser adiada e alterada em razão da pandemia da Covid-19.

Honraria é concedida a mulheres que prestaram relevantes serviços à cidade, em diversas áreas de atuação (Foto: Divulgação PJF)

“Para mim, ser jornalista não é só questionar o outro e o mundo em que vivemos, é também sempre olhar para dentro de nós mesmos. Esse processo muitas vezes é dolorido, mas necessário”, reflete a jornalista, que também se coloca na posição de mulher enquanto agente de transformação da sociedade. “Quando me vejo como mulher, em pleno século XXI, tendo que enfrentar ainda tantos medos, desafios e preconceitos, ainda mais em um momento de tantos retrocessos, penso na luta e no sangue de tantas mulheres no passado. E pergunto como vários assassinatos de mulheres, como o da vereadora Marielle Franco, permanecem sem respostas. Receber esse reconhecimento de diversos órgãos públicos e entidades representativas do município me dá forças para continuar fazendo o meu trabalho e superando barreiras”, defende.

Há uma década e meia trabalhando na cobertura policial e realizando trabalhos significativos na área de segurança pública, sempre privilegiando os direitos humanos e a humanização dos personagens que marcam suas matérias jornalísticas, Sandra Zanella reconhece a importância social do jornalismo. “Sei que venho de um lugar muito privilegiado, como mulher branca, de classe média, mas exercer o jornalismo ao longo desses 15 anos abriu meus olhos para diversas realidades que eu desconhecia. Me dediquei durante vários anos ao jornalismo policial e sempre tentei dar visibilidade aos crimes contra a vida, chamando a atenção para as vítimas, que, em grande parte dos casos, já sofriam com a ausência do Estado, vivendo à margem da sociedade. Enquanto muitos tentavam ofuscar esses casos, eu e meus colegas da Tribuna de Minas não deixamos que caíssem no esquecimento, nem em justificativas injustificáveis”, destaca.

O combate à violência contra as mulheres também é uma marca constante de seu fazer jornalístico. “Sempre trabalhei na repercussão dos casos de feminicídio e acredito que essa dedicação contribuiu para um olhar mais justo por parte de vários setores envolvidos”, avalia a jornalista, que tem entre seus trabalhos de destaque a realização da série especial “Mulheres de Luta”, publicada pela Tribuna, em 2019.

Homenagens em separado e agendadas

De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a entrega da honraria foi esperada até o momento para avaliar se a situação epidemiológica permitiria a realização de um evento, de menor porte, para que o troféu fosse entre às homenageadas. Entretanto, o avanço da situação pandêmica impede a realização de eventos públicos com aglomeração.

Dessa forma, a Administração municipal optou por fazer a entrega em separado e com agendamento, resguardando todos os procedimentos legais impostos pela outorga desta homenagem, bem como garantindo medidas sanitárias e de distanciamento social.

Nesta quarta, receberam o troféu, às 15h, o grupo As Ruths (por ser um grupo, a entrega foi realizada em separado). Depois, foram homenageadas a presidente do Instituto Beneficente “Mão Amiga”, Maria Aparecida Silva, a jornalista Sandra Zanella, a autora de livros infantis Margareth Assis Marinho e a professora da UFJF Helena da Motta Salles.
Na quinta (10), às 15h, o troféu será entregue para a presidente do “Instituto Aviva”, Ana Paula Carvalho, e à servidora da Secretaria de Esporte e Lazer Leila Cláudio Machado. Às 15h30, para a gerente de Recursos Humanos da “Hiperrol Embalagens”, Paula Pinto Machado Germano, e à advogada Alessandra Aparecida Benony.

Na sexta (11), às 15h, recebem a honraria a cantora Aline Crispim Cardoso e a secretária de Desenvolvimento Social de Juiz de Fora Tammy Angelina Mendonça Claret; às 15h30, a médica Eunice Caldas de Figueiredo Dantas e a tenente da Polícia Militar, Sandra de Oliveira Ramos Jabour; e, às 16h, Jovina Fernandes Gouvea e a aposentada Regina Maria Corrêa Lima Novaes. A PJF solicitou que cada homenageada leve, no máximo, um (a) acompanhante e que todos(as) estejam usando máscaras.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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