Reajuste no preço do leite anima produtores

O preço do leite pago ao produtor em agosto teve alta de 10,5% em relação a julho e atingiu recorde histórico nas avaliações realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na cotação desta quinta-feira, 3, o litro do produto in natura atingiu R$ 1,94, e a previsão é que o valor permaneça estável até o fim do ano. De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos (SinRural), Elder Maia dos Reis, esse aumento é normal no período de estiagem, quando a produção entre em queda.

“Isso é natural porque os pastos ficam secos e, deste modo, nesta época é comum que existam reajustes. Este ano, outro fator que impactou o mercado foi o aumento no preço da carne, que se tornou atrativo e fez com que muitos produtores abatessem alguns animais que forneciam leite em menores quantidades”, disse.

O gerente administrativo da Associação dos Produtores de Leite do Sudoeste de Minas (Aproleite), Rubens de Melo Vaz, ressalta que, embora o momento seja favorável aos profissionais que atuam no setor, os investimentos com alimentação do rebanho também tiveram alta.

“Grãos como soja e milho tiveram grandes reajustes e isso certamente reflete na cotação, já que são a base da alimentação do gado. Com isso, os produtores ficam com a sensação de que não estão lucrando muito, mas a expectativa é que a mercadoria continue recebendo boas avaliações para impulsionar o comércio”, explicou.

Na família de Maurício Silveira Coelho, trabalhar com produção de leite é uma tradição que vem desde o avô dele. Atualmente, o rebanho consegue fornecer até 38 mil litros do produto por dia. Para estabelecer os valores da mercadoria, é necessário estudar a relação entre a oferta e a demanda e, conforme aponta Coelho, o mercado não esperava que a procura por alimentos lácteos fosse tão alta em razão da pandemia do novo coronavírus.

“Diferentemente do que muitos esperavam e do que aconteceu em algumas esferas do agronegócio, não houve redução no consumo de leite, até porque as pessoas passaram a cozinhar com mais frequência. Como a indústria desestimulou a produção, diminuiu também a quantidade do mantimento disponível e isso é o que provoca os reajustes, também considerando os gastos com investimentos. Neste período, acredito que o ideal seja criar relações comerciais e firmar contratos com os laticínios para garantir bons negócios enquanto os preços estão favoráveis”, frisou o produtor.

Semiconfinamento
Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra que as vacas criadas em semiconfinamento conseguem produzir – por dia – até 10 litros de leite a mais que o normal, uma que, entre outros fatores, os animais passam a se alimentar em períodos regulares. Além disso, com o método, é possível racionalizar a pastagem e ter maior controle sobre os gastos.

 

Fonte: Folha da Manhã

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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