Ter uma boa memória é algo bom, mas quando nossa memória trás a tona alguns acontecimentos ruins do passado não parece tão bom assim.
Há alguns anos um grande amigo me procurou e disse: “Preciso lhe contar algo que fará que não tenhamos mais amizade!”. Naquele instante me passou na mente inúmeras coisas, menos o que ele me revelaria. Então me disse: “Eu sou gay!”. Na verdade nunca pensei que ele fosse. Não tinha trejeitos, não falava de forma destacada, não tinha atitudes que demonstravam isso. Ele completou: “Sei que agora seremos inimigos!”.
Dei nele um abraço tão forte como nunca tinha dado e disse: “Na verdade, agora eu te amo mais, muito mais. Pois não são suas escolhas que me farão deixar de amá-lo”. Tomei-o pelas mãos e completei minha fala: “Olha, enquanto estivemos nesta terra eu continuarei sendo seu amigo e continuarei orando por você, mas chegará um dia em que vamos nos separar por um acontecimento individual a morte, ou por um acontecimento coletivo a volta de Cristo Jesus. Neste dia, nos separaremos e com certeza não nos lembraremos mais uns dos outros, mas cada um terá sua eternidade determinada”.
Continuei conversando com ele por mais um tempo. Ainda hoje sempre que nos encontrávamos conversávamos bastante, mas como ele começou a participar de locais que eu nunca frequentei (boates, festas raves, carnaval, entre outros) acabamos nos distanciando, mesmo sendo ele meu amigo, e tendo eu orado constantemente por ele.
O autor no salmo citado diz que na morte não há lembrança de ti, ou seja após a morte não há mudança em nossa situação, não há possibilidade de reconhecer o sacrifício de Cristo, não é possível saber que no Sangue de Jesus há salvação. Mas haverá esquecimento total por parte dos salvos e sofrimento eterno por parte daqueles que distante ficaram da presença do Senhor.
Então cabe a nós, reconhecer tão maravilhosa salvação e aceitar o sacrifício aceitável de Cristo Jesus por nós na cruz. Não nos cabe participação na salvação, mas apenas reconhecer que este tão grande e sublime amor não nos pertence, mas nos foi destinado através do grande amor de Deus por nós pecadores. Não cabe a nós julgar os eleitos de Deus, mas cabe reconhecer sua soberania e clamar para que Ele se revele ao pecador justificando-o no sangue de Cristo.
Um dia não mais nos lembraremos daqueles que forem lançados longe da presença do Senhor por toda a eternidade, mas enquanto nessa terra cabe a nós orar para que todo homem possa se salvar e viver com Cristo no Paraíso. Pense nisso, enquanto há tempo.
Um grande e forte abraço!
Nos fraternos e amorosos laços do amor de Cristo!
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que não deixa de orar por seus amigos apesar de suas escolhas.
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