“A coragem não é ausência do medo, é a persistência apesar do medo”. Esse é um ditado popular que eu gosto muito, retrata como devemos proceder apesar do medo que invade nossa alma e pensamento.
Eu tenho um problema. O problema é que poucas coisas me amedrontam. Isso é um problema grave, pois o medo nos garante segurança. Nos garante um proceder natural, no qual todos nós devemos pensar nas consequências dos nossos atos e nos perigos que nos cercam. Eu tenho pouco medo, mas duas coisas me amedrontavam.
Destas duas, uma delas é um pavor sobrenatural, inimaginável, fora do comum. Eu tenho medo de abelhas que tenham ferrão e “veneno” (secreção que causa algum tipo de malignidade no corpo ferido). Mesmo adorando o sabor do mel tenho medo das apícolas listradinhas. No entanto eu não tenho medo de uma única abelha, tenho medo de inúmeras abelhas. Se eu chego a um local onde existem mais de uma eu geralmente ando de lado, fico de olho nelas o tempo todo, tenho palpitações exageradas. Deixei de ir a Padaria Duarte durante o dia por causa das abelhas, eu não conseguia comprar pão ao vê-las sobrevoando o local.
Quando adolescente trabalhei numa distribuidora de calçados. O dono da empresa solicitou que fossemos a sua roça para retirar algumas coisas de um quarto de despejo. Chegando lá, havia uma colmeia de abelhas-europeias no local (dentro de um sofá). Em primeira instância eu recusei entrar no local, mas o motorista que tinha apelido de “Peru” me persuadiu a fazê-lo. Eu soava frio, minhas mãos ficaram gélidas, cada passo que eu dava parecia que adentrava o covil da morte. Persisti, com medo, com pavor, mas tive coragem e consegui executar o serviço. Chegando à empresa, disse para o dono dela, que se ele quisesse me despedir ele poderia fazê-lo, mas eu nunca mais entraria naquele local enquanto houvesse ali abelhas.
Esse medo de abelhas eu ainda tenho, o segundo já perdi. Perdi o medo da morte. Quando criança tinha medo de me encontrar com a morte, só o simples fato de pensar no assunto me causava pavor, e tirava meu sono. Mas um dia, não sei como, o Espírito Eternal de Deus moveu em meu coração o arrependimento para o perdão dos pecados e a certeza da vida eterna através do único e suficiente sacrifício de Cristo Jesus na cruz do Monte da Caveira.
A partir desta data, nunca mais temi a morte, pois ela não tem poder para me acorrentar, para me lançar no fogo eterno, para me afastar de Cristo e seu grande amor. Nunca foi meu merecimento, nunca foi algo que eu conquistei. Pelo contrário, sou covarde, inapto, pecador, distanciado da verdade por desejo próprio, mas quando reconciliado pelo sangue de Cristo, pude então ter certeza da vida eterna e da salvação no seu nome.
Você pode até ter medos. Eles são necessários a nossa sobrevivência. Mas você pode abandonar o medo da morte se confiar em Cristo, reconhecer que é pecador e permitir que Ele perdoe os seus pecados confessados. Pense nisso e tenha uma vida que mesmo diante do medo tem a certeza de que um dia ele nunca mais existirá.
Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que ainda tem medo de apídeos coletores de pólen, mas não tem medo da morte.
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