Rascunhos da Vida: Pó para sorvetes…

Trabalhar é algo necessário, faz parte da cadência da vida que como um compasso musical vai se ajustando harmoniosamente, com momentos de pausa e sons suaves, e momentos de acelerada frequência de notas ressoantes.

Eclesiastes 3.1-15

Retirado do site: https://pt.freeimages.com/photo/strawberrys-and-icecream-1327929

Há mais de vinte anos quando estudante na cidade de Belo Horizonte, eu precisei procurar um emprego para auxiliar no meu sustento e na realização dos sonhos que eu tinha em minha mente. Passei por diversos processos seletivos, num deles trabalhei numa empresa onde desenvolvi a solução de alguns softwares e deveria receber por isso, mas não recebi.

Segundo o dono esses softwares já haviam sido vendidos e eu estava apenas adequando os erros de programação. Permaneci nele dois meses, corrigindo problemas e recebendo somente pelo transporte e o café da tarde (que muitas vezes eu levava embora para comer a noite depois da aula). Após esse período cheguei perto do dono e disse, amanhã será meu último dia, pois quero apenas corrigir este programa em que estou trabalhando.

No outro dia, ele se aproximou de mim, me deu um envelope e disse esse é o seu pagamento pelo software que você desenvolveu, completando sua fala: a partir deste mês você sempre receberá a sua porcentagem em todos os programas liberados. Dei um sorriso para ele e disse: vou apenas concluir meu trabalho de hoje e não voltarei mais.

Na semana seguinte, estive na casa de minha mamãe como de costume. Após o almoço, ela me disse quer um sorvete? Na hora me veio à mente, que eu poderia vender kits de produção caseira de sorvete. Disse a ela da minha ideia e obtive apoio, fiz quinze kits que seriam vendidos a um real cada. Na terça-feira, sai às ruas de BH para vender meus kits, vendi todos em menos de meia hora. Continuei com os kits, hora vendendo bem, hora vendendo mal, até que surgiu uma nova oportunidade onde pude trabalhar numa empresa contratado pela CLT. Assim abandonei a venda dos kits de sorvete, mas sempre pensei que se fosse necessário voltaria a vendê-los.

Estamos vivendo um momento onde muitos estão impossibilitados de trabalhar. Alguns oportunistas estão aproveitando o momento para elevar seu lucro de forma indiscriminada, outros estão comprando pequenos negócios e produtores que não estão tendo condições de manter-se neste momento. O que nós estamos fazendo? Agora é o momento em que aqueles que possuem consciência deveriam auxiliar os que estão necessitados, seja segurando cobranças, seja parcelando dívidas, ou ainda dobrando seus joelhos para que o Senhor traga uma solução verdadeira o mais breve quanto possível.

A Palavra de Deus diz que existe um tempo para tudo. Agora é o tempo de união. É o tempo de oração. O momento da solidariedade. Talvez o que você está fazendo seja pouco, mas com certeza num montante trará brandura e paz aos corações atribulados. Pense nisso, pois agora não é o momento de olhar só para o quanto eu posso ganhar em cima dos padecem desesperados e sim como poderemos superar esse problema.

Um grande e forte abraço!
Nos fraternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que sabe a hora de vender e o momento de confiar. E agora é de ambos.

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