Algumas situações requerem nossa reflexão. As decisões que tomamos afetam a nós mesmos, ao nosso próximo, e nossa sociedade. Então qual é o benefício das nossas tomadas de atitudes?
Como muitos sabem tenho uma mini empresa de locação de produtos para festa. Trabalham lá minha família (eu, esposa e filhos) e mais duas pessoas até o presente momento (se a crise atual nos permitir continuar com elas). Cada um tem sua tarefa, cada um desempenha um papel, e quando um decide não exercer o seu bem feito sobrecarrega o outro ou prejudica o desempenho da empresa.
Eu tenho uma tarefa muito específica, sou responsável pelo transporte das locações e seu recolhimento (nas horas vagas atendo ao cliente). Geralmente levo as mesas e cadeiras, toalhas, bombonieres, bolos cenográficos, arranjos, pratos e talheres aos locais onde o cliente solicitou. Em alguns destes locais eu preciso carregar todo o material por uma distância muito longa, noutros preciso subir escadarias para poder atender a demanda de quem contratou os serviços de nossa empresa. Dependendo do local e quantidade de material após terminar a entrega ou recolhimento parece que passei por um temporal de tão encharcada minha camisa fica pelo suor e a noite não posso assentar com meus filhos para assistir TV sem que o sono me atinja.
Numa das minhas clientes (já bem antiga quase do início da empresa) eu sei que preciso levar até o quarto andar, passando por um corredor e escadarias bem amplos. Mas quando chego à cobertura tenho que passar com as mesas por um corredor bem estreito com reboco em forma de chapisco, e toda vez eu sei que minha mão esquerda irá se machucar. Eu sei que ela vai arranhar, vai soltar a pele, ou cortar de uma forma um pouco mais profunda. Não é possível evitar, e sei que quando for buscar acontecerá novamente.
Aí você me pergunta: “Porque eu não cancelo essa locação se sei que irei me ferir”? O motivo é simples: A minha decisão irá prejudicar minha família e aqueles que comigo trabalham. Paulo estava dizendo aos irmãos de Corinto, vocês foram comprados por preço. Ou seja, o valor, a dor, o sacrifício já foi pago. Foi voluntário e consciente, foi visando o benefício de algo eterno, de oferecer uma esperança para eu e você.
Longe de mim, tentar comparar minha mão esfolada aos cravos penetrados nas mãos de Cristo. Mas conscientemente ele se sacrificou por mim e por você. E hoje, eu e você precisamos nos sacrificar em benefício de uma cidade, estado e nação. Não podemos ser negligentes com o caos em que estamos vivendo. Não podemos ignorar a possibilidade de interferirmos na vida do outro. A nossa tomada de decisão hoje em ficar reclusos, em deixar de trabalhar, acarretará em muita perda financeira, em muitas empresas beirando a falência, muitas vidas desempregadas, mas torna-se necessário. Pois, hoje é o dia de interferir na vida das pessoas, gerando algo benéfico ou então prejudicando o meu próximo. O que você decide?
Pense nisso e clame a Deus, para que possamos passar por esse momento tão difícil para toda uma sociedade, mas que acima de tudo seja um tempo de reflexão, salvação e esperança no nome do Senhor Jesus.
Fraternalmente nos eternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que neste momento tem as mãos, os sonhos e o coração sangrando.
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