O ser humano tenta imitar a natureza inúmeras vezes. Ele faz para répteis aquaterrários, para plantas estufas climatizadas, sempre na intenção de preservar algo ou aumentar o seu ganho. Algumas vezes não consegue êxito, noutras consegue fazer algo muito semelhante.
Quando menino fui ao zoológico de Belo Horizonte, lá vi todos os animais e fiquei impressionado com o local onde os répteis habitavam. Os aquaterrários tentavam imitar ao máximo o ambiente natural, serpentes, cágados, lagartos, existiam inúmeras espécies. Eu fiquei impressionado.
Um dia eu e o Deco pegamos um lagarto verdinho, verdinho, era tão lindo. Como papai era “leiteiro” (o motorista do caminhão de leite) lá em casa havia inúmeras latas de leite que estavam furadas na alça, ou que esperavam por mais fornecedores para serem usadas. Então pegamos uma que tinha uma das alças com furo e resolvemos fazer um aquaterrário para o lagartinho. Colocamos arreia no fundo, algumas pedras, e uma “galha” bem seca de jaboticaba, no cantinho um copinho de sorvete com água para simular um laguinho.
Soltamos o lagarto naquele ambiente. Começamos então a pegar insetos para que o lagarto comesse. Besouros, moscas, entre outros eram o alimento do lagarto. Durante o dia quando o sol estava a pino, ele subia no ponto mais alto do galho de jaboticaba para tomar sol. Depois de alguns dias eu comecei a ter preguiça de pegar insetos para o lagarto, então comecei a pegar restos de carne colocava numa vasilha sobre o telhado do barracão para que moscas neles botassem seus ovos e gerassem larvas que serviam de alimento para o lagarto.
Um dia, choveu tanto em Pedra do Indaiá que precisamos ficar em casa por mais de um dia, a água do rio transbordou chegando até a rodovia. Quando estiou fui ver o lagarto. Ele estava morto. A chuva foi tanta que mesmo ele subindo no galho mais alto e tendo se agarrado firmemente nele não conseguiu sobreviver aquele dilúvio fake. Nunca mais fiz um aquaterrário.
O pecado do homem era tão grande que o Senhor decidiu destruir a humanidade. Mas um homem achou graça aos olhos de Deus, o qual decidiu preservar uma família inteira por causa disso. Quando a chuva veio, eu acredito que homens subiram os mais altos montes, nos galhos das mais altas árvores, mas nada disso adiantou. Nada disso os fez sobreviver ao derramar das águas sobre a terra.
Deus em sua justiça está no controle de todas as situações, ele conhece o começo, meio e fim de todas as coisas e nós por mais que não conheçamos devemos saber que todas as coisas cooperam para o nosso bem, para o bem daqueles que amam a Deus e buscam viver segundo sua vontade. Não importa se o dilúvio vem, se a tempestade se aproxima. A solução não está no galho mais alto, não está na montanha mais íngreme. A solução está em Deus que sempre prepara uma válvula de escape para nós. Portanto, confie em Deus e deposite nele sua esperança.
Um grandioso abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que já presenciou tempestades diluvianas.
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