Rascunhos da Vida: Balancei minhas perninhas.

Comida na casa da vovó é algo surpreendente. Tem sabor diferente, de saudade, de amor, de carinho, de família. Você se lembra das receitas da vovó? Eu sempre me lembro.

Deuteronômio 6.1-9

Retirado do site: https://pt.freeimages.com/photo/pastry-baking-samosa-s-2-1523437

Eu me lembro de quantas vezes já me assentei à mesa da casa de minha avó com meus joelhos, cotovelos e até rosto esfolados e ficava quietinho vendo-a amassar uma “massa de pastel”.

Depois era vê-la abrir a massa num cilindro, rechear, cortar, e fritar cada um daqueles magníficos pastéis que mesmo não sendo uniformes, mesmo não tendo um padrão, mesmo não sendo produzidos em escala industrial eram de impressionante sabor e qualidade inigualável.

Enquanto via tudo isso ouvia canções entoadas por sua voz inconfundível. Eram canções tão antigas que eu perguntava de quem é a canção, e ela me respondia, não sei mãe ensina (ela respondia assim mesmo).

Ao mesmo tempo que cantava me ensinava algumas coisas. Como ser um bom filho para meus pais, como deveria estudar para ser alguém, como negociar alguma coisa.

Minha mãe fazia o mesmo enquanto fritava biscoitos de polvilho, ou fazia uma paçoca de amendoim caseira (que só de pensar recordo o gostinho e o cheiro inexplicável).

Só tinha uma diferença. Ela me falava do amor de Deus, do amor de Cristo e como devo agir para agradar a Deus em todas as minhas atitudes.

O verso 3 começa com um “Ouve” (šema’) ou dê ouvidos é uma exortação tanto a minha responsabilidade como transmissor da Palavra de Deus e como receptor apto a praticar seus ensinos.

Pense nisso, você é responsável pela mensagem que transmite tanto quanto é responsável pela que recebeu daqueles que te ensinaram como viver de forma digna de alguém que ama a Deus.

Um grandioso e fraterno abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que balançava as perninhas enquanto aprendia na cozinha daqueles que o amavam.

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