Rádios mantém modelo híbrido iniciado na pandemia para otimizar a geração de conteúdo

Prática “Home-office” entra no planejamento padrão das emissoras, inclusive para jornalistas e radialistas. Uso de codecs auxilia no processo

Em 2022, a pandemia da covid-19 ainda segue entre nós, cenário visto na maioria dos principais países do mundo. Mas a circulação de pessoas é maior, sem restrições nessas localidades. Ou seja, boa parte das práticas adotadas a partir de 2020 foram suspensas neste ano, principalmente aquelas atreladas ao lazer (como viagens a turismo). Mas na área de negócios, o que se mostrou eficiente e com um custo mais vantajoso, têm permanecido. Uma delas é o teletrabalho, conhecido também como “home-office”. E essa prática também continua no planejamento de emissoras de rádio, inclusive para “profissionais do estúdio”. Acompanhe:

A tendência de manter profissionais em suas residências e/ou também em localidades diferentes daquelas onde fica a sede física de uma determinada emissora de rádio é algo percebido no Brasil e também em outros países. Nos Estados Unidos, uma reportagem do portal especializado Radio World destacou que a indústria de rádio norte-americana acredita que o modelo híbrido de trabalho “é o caminho a seguir”, ou seja, em uma escala entre dias presenciais nas emissoras e outros afastados, mas sem deixar de participar da rotina da empresa.

“Ainda hoje nosso mundo híbrido tem repórteres, que normalmente iriam ao estúdio no ar e sentariam ao microfone, mas agora estão reportando remotamente de um pequeno estúdio próximo na redação. Eles são mais confortáveis ??e, em alguns casos, a falta de deslocamento lhes dá mais tempo para desenvolver suas histórias. Este novo modelo pode realmente ser melhor do que o antigo”, diz George Molnar, que é Diretor Sênior de Tecnologia da Federal News Network.

De fato, essa não é uma realidade incomum no Brasil. Nas principais cabeças de rede, é habitual o ouvinte perceber que um âncora está fora do estúdio principal da emissora. E isso ocorre mais pela citação feita no ar pelo apresentador do que pela qualidade de som e conteúdo entregues ao ouvinte. Além dos afastamentos ocorridos por testarem positivo para a covid-19, questões de agendas e praticidade tem auxiliado com que âncoras e comentaristas de redes como BandNews FM e CBN atuem à distância.

E essa nova realidade não é algo exclusivo de rádios localizadas em grandes centros. No interior, com o investimento em equipamentos como codecs, emissoras de médio e pequeno portes têm incluído em seu planejamento a participação de profissionais que atuam a partir de outras cidades, diminuindo custos e ampliando a possibilidade de poder contar com comunicadores de perfis diferentes daqueles que estão disponíveis em suas respectivas praças.

Darlen Heitor Farias, profissional que atua como diretor comercial e coordenador da Band FM 94.7 de Chapecó (SC), explica que o uso de um codec possibilitou a operação da emissora no auge da pandemia. “O codec Loopert pode-se dizer que me salvou foi como se fosse um divisor de águas sem precisar ir aos estúdios, sem precisar fazer o translado e assim evitar o contato de pessoas e mesmo assim continuar rentabilizando e continuar também trazendo a seguridade dos meus empregadores em um contexto geral”. Segundo Farias, o uso da tecnologia foi algo que permaneceu após o arrefecimento da pandemia na região.

O próprio Farias é um exemplo de profissional que executa trabalhos para uma emissora de rádio localizada em outro canto do estado onde ele reside. Morando próximo à Chapecó, Darlen atua como comunicador ao vivo na Máxima FM 96.7 da região de Joinville.

Não é só na área artística…

O modelo híbrido também tem avançado para outras áreas das empresas de rádio, incluindo o setor comercial. E parece ser um processo sem volta. “A nuvem está aqui para ficar. Híbrido é o caminho a seguir. Com nossos talentos, gerentes de marca e equipes de produção trabalhando em vários locais, vimos a criatividade e a inovação desses grupos que queremos alavancar em todos os mercados”, afirma Sarah Foss, diretora de tecnologia da Audacy (segundo maior grupo de rádios dos EUA).

Novas empresas, os equipamentos e segurança cibernética 

A nova realidade vista a partir da pandemia da covid-19 acabou fomentando uma indústria técnica voltada para soluções remotas. A Loopert, inaugurada em 2020, foi uma dessas novas empresas. “Para que os locutores pudessem apresentar os programas de casa, era necessária uma tecnologia de fácil acesso, custo baixo e com alta qualidade na transmissão de áudio. Daí nasceu a ideia de desenvolver o Codec Loopert.  Um sistema que não necessita de nenhuma instalação e que fosse possível usar na maioria dos dispositivos. Tudo isso com uma interface amigável e fácil de usar. Atualmente são dezenas de emissoras de norte a sul do Brasil que usam no dia-a-dia o codec Loopert para ações comerciais, estúdio remoto, conferência entre entrevistados e outras aplicações”, explica João Konflanz, CEO da Loopert.

“As verdadeiras estrelas desse esforço, além de nossos incríveis funcionários e equipe técnica, são o laptop e o smartphone”, afirma o Diretor Corporativo de Engenharia da Alpha Media, Mike Everhart, em entrevista ao portal Radio World. “A disponibilidade de aplicativos baseados em nuvem e aplicativos móveis para dar suporte aos nossos fluxos de trabalho facilitou a transição”, completa o executivo.

Além do uso de equipamentos como codecs, conexão de internet e laptops/smartphones, outro desafio enfrentado neste período de mudança de modelo tem relação com a segurança cibernética. “Isso exigiu atualizações e mudanças: serviços de VPN, monitoramento de hardware, rastreamento de hardware e monitoramento do uso do equipamento foram implantados”, afirmou o vice-presidente de engenharia do Beasley Media Group, Lamar Smith, ao portal Radio World. “Esses tipos de itens são essenciais para manter uma abordagem aprimorada dos riscos de segurança cibernética que todos enfrentamos no mundo de hoje”, conclui.

Externas

O uso de equipamentos portáteis como codecs para permitir o modelo híbrido de trabalho também é algo que influencia em outras rotinas já estabelecidas no dia a dia das emissoras, como ações externas. “Aqui na rádio, o uso de codecs é algo muito prático. Utilizamos muito em flashes comerciais e estúdios móveis. Os clientes perceberam a diferença na qualidade de áudio. Como o sistema está disponível em smartphones, podemos locomover em qualquer lugar da cidade com cobertura 4G que conseguimos entrar ao vivo e interagir com o locutor”, afirma Anderson José Moraes, coordenador da Band FM 91.5 de São Bento do Sul (SC), emissora que utiliza a tecnologia da brasileira Loopert.

Foto: depositphotos.com

As informações são do portal Tudo Rádio.

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