Representantes dessas expressões para participarem de diversas ações, como bate-papo, cortejo, cozinha viva, oficina e apresentações culturais
No último sábado (3), mais de 1.500 congadeiros de todas as regiões do estado celebraram no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, o reconhecimento dos Congados e Reinados como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, gesto fundamental para a salvaguarda, preservação e promoção dessas tradições populares.
O festival Cozinha das Afromineiridades: Congados e Reinados, realizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), reuniu representantes dessas expressões para participarem de diversas ações, como bate-papo, cortejo, cozinha viva, oficina e apresentações culturais.
Fotos: Jesse Ribeiro
Roberta Prochnow, produtora cultural do evento, comentou que tornar os Congados e Reinados Patrimônio Cultural do estado possibilita que os movimentos afros possam ocupar lugares que não eram acessíveis ao povo antes. “Eu atuo na cultura há mais de 20 anos e realizar este evento tem um gostosinho de realização pessoal, porque há muitos anos os movimentos afros vêm tentando fazer parte da cultura, de serem vistos, de serem olhados e de serem escutados, e as portas sempre estavam fechadas. Neste atual governo, o fomento à cultura abriu um espaço gigantesco. Todos foram acolhidos”, afirmou.
A Rainha Conga de Minas Gerais, Isabel Casimira, conhecida como rainha Belinha, destacou a importância do evento e o impacto do reconhecimento governamental para a cultura afro. “O reinado e as congadas de Minas Gerais são de muita relevância para o estado. São pessoas que trazem dentro de si a sua ancestralidade, a sua religiosidade e a sua identidade própria. Este registro cultural de Minas é um ato maravilhoso, que faz com que o estado chancele o reinado mineiro”, ressaltou rainha Belinha.
O Secretário de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, enfatizou a relevância histórica dos congados. “O reconhecimento desta tradição se confunde com a formação histórica e cultural de Minas Gerais, com mais de 300 anos. Temos relatos das congadas em 1697 já no estado. É uma gratidão imensa a todos os mestres e mestras das congadas, são vocês que mantiveram e mantêm acesa essa chama da fé na terra de Minas Gerais”, finalizou Oliveira.
Ouça o áudio: