Profissionais de Saúde do HC-UFTM sinalizam para greve a partir de maio

Profissionais de Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) sinalizam para possibilidade de greve. A pauta de reivindicações inclui três bandeiras. Eles pleiteiam a retomada do adicional de insalubridade, além de apontarem dificuldade de comunicação com a gestão local do hospital. A categoria também solicita que o representante da Enfermagem na gestão do hospital seja escolhido por meio de eleição.

O indicativo de greve aponta que seja a partir do dia 10 de maio. O enfermeiro Eliseu da Costa, um dos representantes do movimento, contou ao Jornal da Manhã que detalhes como a duração da greve serão decididos em assembleia agendada para a semana que vem. O grupo conta com apoio dos sindicatos representantes dos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, em âmbitos municipal, estadual e federal.

O corte salarial já vem desde o mês de março, disse Eliseu, após emissão de um laudo de reavaliação de risco pela gestão do hospital. “Muitos laudos estão errados, nós não estamos tendo acesso a esses laudos. Descontam do seu salário e quando você pergunta onde está o laudo dizem que vai sair daqui 15, 20 dias. Os laudos não estão sendo emitidos, segundo eles, porque apenas um funcionário é responsável pela emissão”, explicou Eliseu. Ele acrescenta que os 220 profissionais de Saúde que sofreram o corte salarial pretendem acionar a Justiça do Trabalho para reivindicar seus direitos e, para tanto, precisam ter acesso a esses laudos.

O movimento em Uberaba acontece simultaneamente a uma organização dos profissionais ligados ao Ebserh, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que é a responsável pela gestão de recursos humanos nos hospitais federais. Após assembleia online, 96% dos mais de 800 trabalhadores presentes votaram a favor do indicativo de greve, devido à falta de avanço no acordo coletivo de trabalho. Eliseu explicou que o grupo dos profissionais ligados ao Ebserh tem uma reunião com a empresa nesta sexta-feira (30) para negociações a respeito da greve nos 42 hospitais da rede.

Segundo o enfermeiro, o movimento nasce principalmente de um sentimento de revolta da classe. “Estamos perdendo colegas que estão na linha de frente. Continuamos atendendo e nos expondo a outros riscos além da Covid, como bactérias multirresistentes, H1N1, influenza, pneumonia. O nosso trabalho só aumentou. A gente está em um hospital terciário, responsável por 27 municípios. E a gestão, burocraticamente, entende que a gente não tem risco de contaminação? Chega a ser indecente”, desabafou.

A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a assessoria de imprensa do HC-UFTM, solicitando uma entrevista com representante da gestão, porém, até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para a manifestação.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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