Professores dão dicas de como estudar para cada área do conhecimento

Há quem diga que o estudante que domina a área de humanas não se dá bem com a de exatas e vice-versa. É verdade que cada campo do conhecimento possui sua especificidade, mas quando se fala em vestibular, é importante que os alunos dominem as habilidades necessárias de cada um para alcançar a tão sonhada aprovação e ingressar em uma universidade. Apesar das diferenças entre as áreas de conhecimento, educadores explicam que não há uma fórmula particular para estudar para cada área, seja humanas, exatas ou biológicas, mas há disciplinas que podem exigir maior atenção durante a preparação para as avaliações.

Antes de levar em conta as diferenças entre as disciplinas, é preciso pensar também na distinção entre as provas, como, por exemplo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). De acordo com o diretor pedagógico do Sistema Degraus de Ensino, Rodrigo Mendonça, ao passo que o Pism exige conteúdo, o Enem costuma cobrar mais as habilidades dos estudantes. “Disciplinas dentro da área de ciências da natureza, como Física e Química, além da Matemática, exigem uma preparação mais operacional, com execução de exercícios e treinamento até motor, que facilita depois na elaboração dos problemas e das situações que são colocadas”, exemplifica. “Se pensarmos especificamente no Enem, as habilidades de raciocínio lógico ganham importância maior também.”

Para o diretor pedagógico do Sistema Degraus de Ensino, Rodrigo Mendonça, rever os assuntos que mais caíram são boas estratégias com a proximidade do Pism e do Enem (Foto: Olavo Prazeres)

Já para a área de linguagens, códigos e suas tecnologias, que inclui Português e Inglês, e ciências da natureza, com Biologia, é importante que os alunos tenham um “caldo cultural”, segundo o diretor. “A prova do Enem exige muitas correlações entre assuntos, em uma certa interdisciplinaridade, então essas habilidades que são desenvolvidas ao longo do tempo são importantes de serem observadas.” A prova do Pism, para as disciplinas citadas, possui um foco maior no conteúdo. “Pensando na proximidade dos exames, acredito que pegar provas anteriores, rever os assuntos que mais caíram, olhar como a Universidade exige ou como ela sugere as respostas são estratégias interessantes. No caso do Enem, a mesma coisa: buscar provas anteriores para perceber como os assuntos são abordados é importante também.”

Precisa decorar?

Com a grande quantidade de assuntos para estudar, uma preocupação entre os alunos é em relação à necessidade de decorar certos conteúdos. Segundo Rodrigo Mendonça, disciplinas como Biologia e Química têm algumas questões que devem, sim, ser decoradas, bem como Matemática e Física, com formulários específicos. Porém, esse tipo de competência tem sido cada vez menos solicitada. “A tendência é que tenham menos assuntos que precisam ser decorados e mais assuntos que precisam de correlações e análises mais aprofundadas.”
Mesmo assim, com a proximidade dos exames, é importante revisar as principais fórmulas, já que, sem elas, “às vezes não é possível fazer alguma questão, especialmente nas provas do Pism”. “Como o Pism está relacionado a uma série (do ensino médio) apenas, fica mais fácil você guardar o que precisa ser guardado em termos de formulário. Já no Enem, os assuntos que precisam de uma memorização aparecem com muito menos frequência.”

Candidatos devem apostar em Matemática e na Redação

As provas do Enem englobam as áreas de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Redação. É importante que os alunos mantenham um “equilíbrio de conhecimento” entre as competências, porém, as duas últimas podem garantir um melhor desempenho na avaliação, de acordo com o diretor pedagógico do Colégio CAVE, Marcus Vinícius Dutra. “O aluno que tem bom conhecimento de Matemática acaba conseguindo ter uma média melhor do que a maioria absoluta, porque a média nacional é muito baixa”, explica. “Dentro do Enem, só tem uma prova que pode aproximar o aluno da nota mil: a redação. Então, o grande barato é que todos tenham a redação como a ‘menina dos olhos’”, acrescenta.

Segundo o professor e coordenador do ensino médio do Colégio Equipe, Jaime Pires, “quando observamos as notas, é comum encontrar alunos com 900 pontos em Matemática e em Redação. Já nos outros conteúdos, os alunos não conseguem atingir notas tão altas.” Para exemplificar, ele cita informações do QEdu, portal on-line com dados estatísticos da educação no Brasil. “Quando analisamos a primeira escola colocada em 2017 aqui em Juiz de Fora, o QEdu mostra que essa instituição fez 812 pontos em Redação no Enem, versus Matemática, com 718. As demais áreas ficam todas com cerca de 600. Os outros conteúdos são importantes, mas, na distribuição de estudo, é preciso uma maior dedicação em Matemática e em Redação”, diz.

Reta final

Para produção de um bom texto na redação, conforme o diretor pedagógico do Colégio CAVE, Marcus Vinícius Dutra, a melhor preparação envolve “ler e escrever sempre, com profundidade”. “O conselho que damos é colocar as pessoas para ler, por exemplo, editorial de jornal, e debater conteúdo político ou econômico”, exemplifica. “Às vezes, o aluno entende que isso não vai cair em uma questão direta, mas dá uma densidade de argumentação, e esse é o grande barato.” Já para as demais disciplinas, o coordenador do ensino médio do Colégio Equipe, Jaime Pires, destaca a importância de realizar simulados e resolver provas anteriores nesta reta final, com o objetivo, também, de se preparar para lidar com o tempo das avaliações, especialmente, do Enem.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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