Em virtude das fortes chuvas que atingem a capital, o prefeito Alexandre Kalil e o vice-prefeito Fuad Nomam transferiram os respectivos gabinetes para o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH). A medida se fez necessária para o acompanhamento em tempo real das chuvas, dos riscos hidrológicos e geológicos que possam vir a acontecer em diversas áreas de Belo Horizonte.
Em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira, no COP-BH, o prefeito destacou que as ações preventivas da administração municipal antes do início do período chuvoso, que começou em novembro do ano passado, fizeram com que os problemas das chuvas fossem minimizados.
“Se a chuva acabasse hoje, eu diria que a cidade passou bem pelas chuvas, mas ela não termina hoje. O risco geológico, segundo a Defesa Civil, é de mais 10 dias”. O prefeito aproveitou a oportunidade para alertar a população: “trincou, moveu, desconfiou? Saia de casa.”.
O prefeito destacou que o cuidado com as famílias em área de risco aumentou significativamente com as ações da Defesa Civil em parceria com a Urbel e equipes socioassistenciais da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
A Defesa Civil de Belo Horizonte tem atendido a todos os pedidos de vistoria feitos pelos moradores, de acordo com a avaliação de risco e gravidade que determina a prioridade de atendimento. As equipes socioassistenciais da Prefeitura também têm acompanhado as vistorias.
Segundo orientação da Defesa Civil, em caso de necessidade da saída das famílias dos imóveis em risco, o acolhimento na rede pessoal – casa de parentes, amigos ou vizinhos – deve ser a primeira opção dos moradores.
Quando essa opção de acolhimento não existe, a família é encaminhada pela Prefeitura a uma unidade da rede de acolhimento do município.
De acordo com dados da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), atualmente existem cerca de 2 mil moradias em situações de risco na capital.
Como trabalho de prevenção, a Urbel, por meio do Programa Estrutural em Áreas de Risco (PEAR), concluiu 65 obras de mitigação de risco no ano passado, o que beneficiou cerca de 105 famílias; e 86 famílias que estavam fora de casa por remoção preventiva puderam retornar às residências após a conclusão das obras. A Urbel também realizou cerca de 600 vistorias durante o ano passado.
Além de todas essas ações, o trabalho para preservar vidas é contínuo e envolve também as obras de urbanização e contenção realizadas nas vilas e favelas de Belo Horizonte. As intervenções são de suma importância, pois conseguem estabilizar encostas e taludes em diversas regiões, ajudam no esgotamento sanitário e na distribuição de redes de água, melhoram a drenagem da região (com a condução devida das águas de chuva) e urbanizam as vias, evitando assim maiores consequências para as comunidades durante o período chuvoso.
Reparos em vias
Com o período chuvoso, o aparecimento de buracos em diversas vias da cidade afeta diretamente o dia a dia dos moradores.
O prefeito Alexandre Kalil explicou que os reparos serão realizados no período de estiagem. “A chuva abre o buraco, o buraco vai incomodar a população de Belo Horizonte, mas nos intervalos das chuvas vamos resolver os problemas de forma paliativa. Quando a estiagem chegar, a Sudecap fará um grande esforço com obras de tapa-buraco e recapeamento em toda a cidade. Isso é planejamento”, afirmou.
Durante a entrevista coletiva, destacou-se que, no ano passado, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) executou 216.953 operações de tapa-buracos em toda a cidade, com um investimento estimado em R$ 31,8 milhões de reais.
A Sudecap também realiza diariamente serviços de limpeza e desobstrução de bocas de lobo, com a remoção de lixo descartado irregularmente e de resíduos que escoam para a rede de microdrenagem. O trabalho é essencial para manter a capacidade da drenagem da cidade e mitigar os impactos das chuvas. São aproximadamente 64 mil bocas de lobo espalhadas pelas nove regionais.
No ano passado, foram feitas 173.290 mil limpezas de bocas de lobo, remoção de aproximadamente 3.500 toneladas de resíduos, desobstruídos cerca de 53,5 km de rede e 2.542 grelhas trocadas pelas gerências regionais de manutenção da Sudecap. A estimativa de investimento nesses serviços, em 2021, foi de aproximadamente R$ 3,8 milhões.
Foto: Adão de Souza/PBH
