Ao invés de reduzir as taxas prometidas, novos créditos eram contratados sem o conhecimento dos clientes da empresa
A Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão contra a financeira Mendes & Cardoso nesta quinta-feira (18), em Belo Horizonte e na Grande BH. Ao todo, nove pessoas são investigadas pela instituição e pelo menos 40 vítimas caíram em um golpe financeiro, que consistia em atrair aposentados e pensionistas que já possuíam margem para consignados. Ao invés de reduzir as taxas prometidas, novos créditos eram contratados sem o conhecimento dos clientes.
Os mandados foram cumpridos em dois escritórios da empresa, situados no bairro Cidade Nova e em um bairro de Venda Nova, em BH, além da casa dos proprietários da financeira, no Castelo, e em Ribeirão das Neves. Cerca de 30 Celulares, documentos e 16 computadores foram apreendidos.
Eduardo Hilbert, delegado da Polícia Civil, detalhou o golpe.
“Os estelionatários atraíam com a proposta de reduzir as taxas de juros dos créditos consignados que já possuíam. As vítimas, entusiasmadas em ter a redução e a exclusão, que eram propostas feitas pela financeira, compareciam até o endereço e forneciam os documentos solicitados. Ao invés de realizar o serviço proposto, a empresa contratava um novo crédito consignado”, disse.
O delegado também explicou como as vítimas percebiam de que se tratava de um golpe financeiro.
“A partir do momento em que a vítima verificava em seu contracheque o desconto de mais um consignado, na maioria das vezes, entrava em contato com a financeira, que, estranhamente, solicitava a devolução do dinheiro através de um boleto em nome da própria financeira e, intimados, todos os envolvidos nessa prática não quiseram prestar declarações. Não sabemos o que era feito dessa quantia”, afirmou Eduardo Hilbert.
Ainda conforme as investigações, funcionários da empresa eram recrutados e recebiam cursos, o que reforça a hipótese de que eles tinham conhecimento sobre os crimes.
“Proprietários estão sendo investigados. As pessoas que trabalhavam lá eram recrutadas e recebiam curso. Ao que tudo indica, elas tinham conhecimento desses crimes, até porque várias testemunhas foram ouvidas, narraram a mesma prática e identificaram as mesmas pessoas”, concluiu.
Como procurar a polícia
As informações são da Rádio Itatiaia – Associada Amirt
Foto: Polícia Civil/Divulgação