Polícia Civil busca três meninas desaparecidas desde domingo

Rodolfo Rolli considera como principal linha de investigação a possibilidade de cárcere privado (Foto: Leonardo Costa)

A Polícia Civil  investiga o desaparecimento de três meninas, de 10, 14 e 17 anos, ocorrido no último domingo (27). As garotas sumiram depois de informarem às mães que iriam até o Centro da cidade fazer um lanche em uma rede de fast food. O caso está sendo conduzido pelo delegado Rodolfo Rolli, da 3ª Delegacia. Segundo ele, a principal linha de investigação é de que elas possam estar em cárcere privado. No registro de “comunicação de pessoa extraviada ou desaparecida” feito pela Polícia Militar na segunda-feira (28), dois irmãos, 16 e 18 anos, aparecem como suspeitos do sumiço das três meninas. Porém, até o momento, nada foi provado contra eles.

De acordo com o documento feito pela Polícia Militar, a corporação foi acionada por volta das 14h de segunda-feira (28), no Bairro Parque das Torres. Quem fez a solicitação foi a mãe da garota de 17 anos, uma mulher de 41 anos. Conforme seu relato, a filha saiu de casa no domingo (27) por volta das 19h. Na companhia das duas amigas, ela disse que iria até uma lanchonete no Centro de Juiz de Fora. O último contato da mãe com a adolescente foi às 22h do mesmo dia, quando a garota disse que estava em um ponto de ônibus da Getúlio Vargas, em frente a um shopping.

Como as meninas não chegaram em casa, preocupada, a mulher postou fotos delas em grupos de WhatsApp. Logo depois,  conforme o documento policial, ela teria recebido um áudio com a voz de um homem que dizia que as meninas estariam perto do condomínio Belo Vale I, no Bairro Jóquei Clube II, por volta das 23h30, na companhia de alguns garotos.

Segundo o documento policial, a mãe da menina de 10 anos apenas confirmou as informações da outra mulher. Já a mãe da outra adolescente desaparecida, 37 anos, teria afirmado que tem problemas de relacionamento com a filha, mas o registro dos militares informa que ela não soube repassar dados sobre a filha, não sendo possível para os policiais sequer fazer a qualificação da garota.

Quando sumiu, a adolescente de 17 anos usava um body de manga longa com estampa de onça, short jeans escuro e uma sandália azul. A menina de 10 anos estava com cropped colorido, short preto e sandália preta, e a garota de 14 anos, com cropped de cor marfim, short jeans claro e chinelos.

Suposta ameaça no Centro Socioeducativo

Durante conversa com os policiais militares, a mãe da menina de 17 anos disse que teria sido ameaçada dentro do Centro Socioeducativo pelo suspeito de 18 anos há cerca de dois meses. Ele teria dito à mulher que, quando saísse da unidade, iria “buscar os parentes” dela. Ela disse aos policiais que não registrou ocorrência na época por acreditar que ele ficaria mais tempo apreendido.

Diante da situação, os militares foram até o Belo Vale, onde reside o jovem, e fizeram contato com ele. O garoto negou ter envolvimento com o sumiço e disse que teria ficado em casa o tempo todo no domingo, e que as acusações da mãe seriam falsas. Nenhuma pista das meninas foi encontrada pela PM no local.

Investigação esbarra em medo

De acordo com o delegado Rodolfo Rolli, a mulher de 37 anos foi ouvida na manhã desta terça-feira (29). A informação dada por ela ao delegado é que recebeu uma ligação dizendo que o sumiço das meninas teria acontecido por rivalidades entre bairros. A mulher também citou a ameça que teria sofrido, mas não esclareceu o motivo. “Ela não soube explicar o motivo ao certo. Além disso, o garoto que a ameaçou teria ligação com um homicídio ocorrido quando ele ainda era menor de idade. Porém, ainda é cedo para falarmos sobre a relação entre os fatos”, disse, acrescentando que as desaparecidas não têm nenhuma passagem pela polícia ou ligação com crimes.

Rolli destacou que também foram feitas diligência na região Norte, porém, as pessoas estariam com medo de delatar algo. “Infelizmente, o que impera é a lei do silêncio. Os moradores não falam de jeito nenhum o que sabem, por medo de represálias”, afirmou. Segundo ele, na parte da tarde os investigadores retornam às ruas para tentar imagens que mostrem por onde as garotas estiveram. Outras pessoas também serão ouvidas . “Além das câmeras do condomínio, vamos olhar câmeras de coletivos que elas possam ter tomado e tentar refazer a rota delas”, comentou.

O delegado acredita, até o momento, que as meninas possam estar em cárcere privado. Porém, destacou que ainda não é possível descartar hipótese alguma. “Temos que checar todas as possibilidades. A investigação ainda está na fase inicial, em breve teremos outras informações para repassar”, finalizou.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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