Podcasting vs. Rádio?

Obter sucesso com podcast em um oceano de conteúdos é algo quase inviável. Exceto se a iniciativa estiver colada à um grupo de comunicação especializado em áudio, como é o caso das empresas de rádio

Em 2021, existiram 850.000 podcasts ativos, com mais de 48 milhões de episódios no total. Já em 2020 foram 700.000 podcasts. 51% dos americanos relataram ouvir um podcast e 37% dos americanos ouvem podcasts todos os meses. Mais de 25% dos consumidores com mais de 55 anos ouvem podcasts mensalmente. E o ouvinte médio semanal de podcast gasta 6 horas e 39 minutos ouvindo a cada semana, onde 36% dos homens americanos com 12 anos ou mais ouvem a cada mês, 40% das pessoas com menos de 55 anos ouvem mensalmente, 67% dos podcasts assumem uma audiência entre 18 e 44 anos, 45% dos ouvintes de podcast têm uma renda familiar superior a US$ 250.000 e 49% dos ouvintes de podcast, ouvem os programas em casa.

Ok, são vários números e recortes interessantes sobre o avanço dos podcasts. Mas onde o rádio entra nisso?

As emissoras de rádio estão com certeza investindo no espaço de podcasting. Porem existe a ideia de que todo este investimento que esta sendo feito é porque o público do rádio está literalmente morrendo e o podcasting é a próxima revolução para conteúdo de áudio e vídeo sindicado. Isso causa uma grande preocupações uma vez que essas emissoras estão tentando fazer podcasting (que é uma indústria descentralizada, de base, de baixo para cima) funcionam mais como a mídia tradicional: centralizada, controlada, de cima para baixo”.

Analisando o quadro acima mais de quatro em cada dez (41%) se autocategorizam como “podcast nunca” – pessoas que simplesmente não fazem dos podcasts parte de suas dietas de áudio. Adicione a eles os 20% que ouvem podcasts com menos frequência do que mensalmente, e você tem um meio com o qual seis em cada dez fãs de rádio têm pouco a ver. Ainda assim, a falta de aceitação de apelo em massa é um impedimento, já se passaram duas décadas desde que os podcasts se tornaram acessíveis a todos.

Com tantos podcastings disponíveis, boa sorte para aqueles que queiram promover o seu. Já se foram os dias em que o boca-a-boca seria suficiente para divulgar um novo podcast. Talvez, para apoiar as despesas de produção e talento, a máquina de podcasting não está produzindo um numero suficiente grandes de sucessos dignos de atenção. Em primeiro lugar (e acima de tudo), produzir um podcast de alta qualidade é um trabalho incrivelmente árduo. Não é barato ou fácil, exigindo muita habilidade, paciência e comprometimento. E mesmo que consiga um prêmio de prestígio, não há garantia de que fornecerá retorno suficiente sobre seu investimento para garantir outra temporada. Nos últimos anos, vimos podcasts complexos, caros e bem produzidos sumirem porque não conseguiam se sustentar.

Voltando… o podcast vai substituir o rádio? Talvez essa não seja a dúvida correta. Os grandes grupos de áudio investem nas emissoras e podem “vender” os podcastings em toda propaganda que rola no ar, impulsionando essa nova plataforma, dando relevância e sendo uma extensão de suas atividades no dial e no streaming.

Em resumo: salvo algumas inciativas pontuais que ocorrem em um oceâno de movimentos, um podcast virar e se fixar como sucesso é possível ao estar associado a um grande grupo de rádio e de comunicação, como vemos no cenário norte-americano.

Ou seja, para faturar bem, a equação correta parece ser “rádio + podcast”.

Autor

Henrique do Valle é um profissional de sucesso com sólida formação e conhecimento em produção de áudio e vídeo, além de forte sindicação de rádio + experiência em vendas. Carreira dinâmica com ênfase no desenvolvimento, criação e produção de programas de rádio, podcasts, segmentos de entretenimento e notícias para emissoras de rádio e TV e imagens de rádio. Atua como representante da produtora norte-americana Reelworld e também é correspondente internacional de várias emissoras brasileiras, incluindo o Grupo Bandeirantes de Comunicação.

As informações são do portal Tudo Rádio.

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