Após adiamento de quase três meses em função da pandemia de coronavírus, o módulo III do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) foi realizado no sábado (27) e no domingo (28). Os exames do terceiro módulo tiveram taxa de comparecimento de 79%, de acordo com dados da Coordenação Geral de Processos Seletivos (Copese) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com participação de 6.328 estudantes dentre os 8.014 inscritos. O percentual de abstenção de pouco mais de 21% foi considerado baixo pela UFJF em função da pandemia de coronavírus. Candidatas ouvidas pela Tribuna avaliaram positivamente as medidas sanitárias adotadas pela universidade.
Neste ano, o processo sofreu uma série de alterações por conta do cenário de crise sanitária, com a divisão das provas em três finais de semana diferentes, em função da separação da realização dos três módulos. As salas tiveram uma taxa de ocupação menor que a usual, para possibilitar o distanciamento entre os candidatos, além da disponibilização de materiais de higienização e a obrigatoriedade do uso de máscaras para postulantes e fiscais do processo.
A taxa de abstenção foi mais que o dobro da edição anterior do Pism, quando 10,16% do total de inscritos se ausentaram. No entanto, o programa sofreu um impacto menor do que o observado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em que 55% dos inscritos para a prova impressa e 71% dos inscritos na versão digital do exame não realizaram o processo.
“A gente considera a taxa de presença positiva pelo momento de pandemia e as dificuldades que os candidatos possam ter tido para deslocamentos, além da questão da insegurança que está envolvida neste momento”, avalia o pró-reitor de Graduação da UFJF, Cassiano Amorim.
Módulos I e II
Nos dias 27 e 28 de março acontecem as provas do módulo II do Pism, enquanto os exames do módulo I estão marcados para os dias 24 e 25 de abril. O pró-reitor de Graduação considera que, para os próximos dias de provas, o desafio é orientar participantes e comunidade a respeito da formação de aglomerações. “Eu acredito que a gente precisa ampliar a comunicação com os candidatos, esclarecendo a necessidade de não aglomerar nas portas dos locais de prova”, destaca Amorim, revelando que a Prograd recebeu duas denúncias de aglomerações relacionadas ao exame.
Professores comentam provas
A reportagem da Tribuna conversou com docentes e candidatos que estiveram envolvidos na preparação e na execução das provas do módulo III do Pism. Entre eles, o professor de Química do Colégio Apogeu, Marcelo Bonoto Marques, levantou correções quanto a possíveis erros na construção de questões na prova da disciplina, além de ter apontado a abordagem de um conteúdo de entropia, matéria que não estava prevista no programa do exame. Ainda assim, o professor considera que a prova conseguiu abranger o conteúdo de maneira eficiente. “Levando em conta o momento atípico que vivemos, a prova foi bastante coerente em relação ao grau de dificuldade. Colocando questões que não são tão complexas, mas que conseguiram avaliar os alunos.”
Professor de Filosofia no Colégio dos Jesuítas, Ivan Bilheiro, avalia que as provas do Pism III seguiram o modelo que a UFJF costumeiramente apresenta. “Há, em alguns casos, uma aproximação maior dos temas cobrados com os temas contemporâneos, exigindo a atenção dos candidatos para essas temáticas”, ressalta. “Passamos pelo terceiro módulo, como passaremos pelos demais, com serenidade. É importante ter confiança na trajetória de preparação desenvolvida até aqui”, complementa Bilheiro.
Normas sanitárias foram seguidas, de acordo com alunos
A estudante Isla Ariane foi uma das candidatas que estiveram nos dois dias do exame. Após meses de preparação, a aluna do Colégio Apogeu fez as provas com o intuito de ingressar na Faculdade de Engenharia Elétrica. “Achei o segundo dia mais difícil que o primeiro, principalmente pela parte discursiva de Física, que eu achei em um nível superior se comparado à prova de Matemática, do primeiro dia. Humanas e Linguagens trouxeram temas atuais e de grande necessidade de serem debatidos, o que gera reflexões importantes nos alunos”, avalia Isla. Perguntada sobre as medidas de higienização e distanciamento, a estudante, que fez as provas na Escola Estadual Delfim Moreira, no Centro, afirmou que “os fiscais estavam atentos às irregularidades que pudessem acontecer”.
A candidata Vitória Assis, aluna do Colégio dos Jesuítas, também afirmou que os protocolos de segurança foram seguidos na Escola Estadual Fernando Lobo, no Bairro São Mateus, Zona Sul, onde ela realizou o exame. A respeito da preparação para realizar o último módulo do vestibular, a estudante, que pretende ingressar no curso de Medicina, considera que foi fundamental a elaboração de uma rotina para manter os estudos durante a pandemia. “Para mim, foi essencial conciliar rotina de estudos, atividades físicas e alimentação saudável. Com a ajuda da orientadora de aprendizagem do Colégio, montei um cronograma de estudos de forma que eu passasse por todo o conteúdo tranquilamente”, celebra.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
