A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Persuasão, visando reprimir crimes relacionados à divulgação de imagens contendo pornografia infantil por meio da internet.
Policiais federais cumprem dois mandados judiciais de busca e apreensão e um mandado judicial de prisão preventiva, todos expedidos pela 35ª Vara da Justiça Federal de Belo Horizonte/MG.
A investigação foi iniciada em fevereiro deste ano, após recebimento de informação oriunda da adidância americana da U.S. Immigration and Customs Enforcement – ICE – no Brasil, que repassou as informações à PF, por meio de relatórios contendo extensa materialidade dos crimes. Conforme a legislação norte-americana, empresas sediadas nos EUA são obrigadas a reportar ao governo ocorrências relacionadas à difusão ou armazenamento de material pornográfico infanto-juvenil na internet. Assim, foram relatados inúmeros casos que indicavam possível abuso sexual e pornografia infantil, em tese, praticados por um homem que reside em Oliveira.
Os trabalhos investigativos apontaram que o homem teria utilizado perfis falsos para convencer crianças e adolescentes a enviar fotos de nudez pela internet. Para convencer os menores, o investigado criou alguns personagens com perfis falsos. Ele teria se passado por uma adolescente do sexo feminino para conversar com as crianças. Também teria se passado por agenciador de adolescentes que desejavam participar de um processo seletivo para jogar futebol na Europa, convencendo os candidatos adolescentes a enviar fotos nuas, para um teste físico à distância. Chamou atenção, durante as investigações, o fato de que o preso teria se passado por funcionário da empresa de uma famosa rede social, para convencer pais ou responsáveis por crianças a enviar fotos sem roupas de seus próprios filhos para um dos perfis falsos, alegando que as fotos seriam utilizadas para impedir que outras feitas e enviadas pelos próprios filhos fossem disseminadas na internet. A identificação dos perfis falsos foi possível mediante cooperação da própria empresa de rede social, que auxiliou nas investigações. As investigações prosseguem com a oitiva de pessoas envolvidas, assim como realização de perícia nos materiais apreendidos.
O investigado responderá pelos crimes previstos nos artigos 240, 241-A e 241-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente, com penas que podem chegar a 18 anos de prisão. Ele foi encaminhado ao presídio Floramar, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
O nome da Operação faz alusão ao fato de o investigado se utilizar de vários meios para persuadir as vítimas a enviar fotos pela rede mundial de computadores.
Postado originalmente por: Portal MPA