Pesquisadores da UFJF mapeiam espécies ameaçadas

Espécie nativa do Parque Nacional do Caparaó, a Hippeastrum foi incluída no Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil (Foto: Pedro Henrique Nobre)

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ajudou a elaborar um lista de espécies da flora ameaçadas de extinção de nove instituições nacionais. Eles fizeram parte do projeto “Redescobrindo espécies ameaçadas em Unidades de Conservação da Floresta Atlântica: bases para gestão, conservação e acesso à informação”, que tem como objetivo mapear e identificar as plantas ameaçadas da Mata Atlântica. O projeto reuniu botânicos de todas as unidades e resultou na lista de cada uma, complementando o Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil.

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente quase 90% da área original já foi perdida, o que gera uma forte ameaça da extinção dessa biodiversidade.

O projeto

A iniciativa se desenvolveu entre os anos de 2018 e 2020, quando os pesquisadores realizaram uma ampla análise das coleções presentes no herbário de cada instituição participante. Através desses acervos botânicos, foram identificados e atualizados o cadastro das espécies relativas às unidades de conservação.

De acordo com a professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF, e integrante do projeto, Fátima Salimena, além da consulta a herbários, foram analisadas imagens de amostras em alta resolução, disponíveis no Herbário Virtual Reflora e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

A pesquisa também contou com uma pesquisa de campo na unidade de conservação federal da Floresta Nacional do Rio Preto, no Espírito Santo. Segundo Fátima, “a coleta do material botânico foi feita a fim de incrementar o acervo da flora desta unidade de conservação, que era pouco representada nas coleções e praticamente desconhecida”.

Apoio da UFJF

A contribuição da UFJF se deu a partir do material disponível no Herbário Leopoldo Krieger (CESJ), que abriga a coleção de plantas da região do Parque Nacional do Caparaó – iniciada em 1980.

Fátima afirma que os dados coletados na universidade foram uma sustentação importante para o projeto. “A colaboração se deu desde a fase de elaboração do projeto, da análise das imagens e coleções de herbários virtuais para identificação das espécies e análise dos status de conservação dos táxons, até a elaboração das listas de diferentes famílias de plantas para cada unidade de conservação”.

Políticas de conservação

A pesquisadora ainda reforça a importância do projeto na disponibilização do conhecimento gerado em décadas de pesquisas realizadas nas instituições, de forma acessível para o público, tanto especializado quanto geral. Além disso, ressalta que, com base nos artigos publicados e na listagem para cada unidade de conservação, é possível a implementação de políticas de conservação mais eficientes.

Também integraram o projeto os botânicos da área de Taxonomia das instituições: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ); Universidade Federal do Paraná (UFPR); Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec); Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC); Universidade de Vila Velha (UVV) e Universidade de São Paulo (USP).

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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