Pesquisa aponta que infectados pela Covid-19 podem desenvolver transtornos mentais

Insônia e ansiedade podem ser uma das consequências causadas pelo novo coronavírus 

Na última semana, uma pesquisa da Universidade de Oxford, publicada na revista científica The Lancet Psychiatry, apontou que um em cada cinco pacientes que se curaram da Covid-19 desenvolvem transtornos mentais até três meses depois de diagnosticados com a doença.  

O estudo analisou registros eletrônicos de saúde de 69 milhões de pessoas nos Estados Unidos, incluindo mais de 62 mil casos do novo coronavírus, mas o quadro deve ser o mesmo em todo o mundo.  

Médicos brasileiros já perceberam ansiedade e insônia nos pacientes, principalmente, naqueles que ficaram intubados. O psicólogo, Leonardo Morelli, afirmou que o paciente sofre quando é comunicado que será hospitalizado, é como se recebesse um carimbo de que vai morrer. Desta forma, ele fica debilitado fisicamente e emocionalmente.  

Danielle Admoni, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destacou que é cada vez mais recorrente pessoas no consultório que, no pós-Covid, lutam com a ansiedade, os transtornos compulsivos e insônia.  

A especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) ressaltou que são importantes e nem sempre fáceis de tratar, sendo necessário doses maiores de medicamento. Além disso, Danielle informou que ainda não se sabe ao certo o que acontece, mas a Covid tem várias manifestações neurológicas. Há pessoas que passaram a se queixar de esquecimento e dificuldade até mesmo para as tarefas simples do dia a dia. 

Outros estudos indicam que cerca de 50% dos pacientes infectados desenvolvem alguma alteração neurológica. O neurologista, Fidel Meira, do Hospital Madre Teresa, explicou que algumas situações conseguiram isolar o vírus do líquido produzido no cérebro e que vai até espinha. Outros pacientes apresentaram encefalite. Mas, o mecanismo direto do vírus sobre o cérebro ainda está em análise.  

Para finalizar, Fidel explica que a Covid-19 é uma doença grave, provoca inflamação no corpo todo, com a liberação de alguns marcadores, mas existem algumas manifestações típicas, como a inflamação do cérebro ou na medula e a síndrome de Guillain-Barré.

 

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