Pesquisa aponta que coronavírus pode causar dor, ansiedade e depressão após alta hospitalar

Dor, ansiedade e depressão foram os sintomas mais prevalentes entre os pacientes do estudo realizado pela UFMG

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da UFMG apontou que alguns sintomas da Covid-19 podem persistir por meses e até anos após alta hospitalar. O estudo está observando pacientes internados no Hospital das Clínicas da universidade. 

De acordo com os pesquisadores, um grupo de 35 pessoas, que vem sendo acompanhado desde julho, relatou, um mês após a alta, sentir dor e impactos no estado emocional com sintomas de ansiedade e depressão, além de fraqueza nos braços, fadiga e falta de ar. Além disso, cerca de um terço dos pacientes tiveram a capacidade reduzida para realizar esforço físico.  

A professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, Carolina Marinho, informou que alguns desses sintomas podem estar relacionados especificamente ao novo coronavirus. Entretanto, a fraqueza muscular ainda não pode ser confirmada como uma sequela da doença ou se é apenas consequência da imobilidade durante o período de internação.  

Apesar da pesquisa estar no início, já é possível observar que algumas das sequelas da Covid-19 identificadas nesse primeiro grupo de pacientes persistam por até dois anos. Após esse período, são considerados casos crônicos.  

Até o momento, dor, ansiedade e depressão foram os sintomas mais prevalentes entre os pacientes do estudo. A coordenadora do estudo ainda informou que a saúde mental pode sofrer impactos devido ao isolamento durante a internação, visto o afastamento dos familiares e amigos. 

Além disso, os pacientes relatam ainda sentir medo de se contaminar no ambiente do hospital e, quando a doença é confirmada, o medo passa a ser a incerteza da evolução da Covid-19. Já os pacientes que precisam ir para o CTI e não ficam conscientes durante todo o período de internação, podem apresentar lacunas na memória.  

Vale ressaltar que uma pesquisa semelhante foi divulgada pelo Journal of the American Medical Association (Jama) e apontou que dos 143 pacientes italianos analisados, 87,4% relataram persistência de pelo menos um sintoma por mais de dois meses, como fadiga e falta de ar. 

Pesquisar