PEC da Transição é adiada para depois do feriado após repercussão negativa do mercado

Integrantes da equipe de transição informaram que proposta deve ser apresentada na próxima quarta-feira (16)

Após uma reação negativa do mercado com o discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta-feira (10), a equipe de transição do novo governo decidiu adiar para a próxima semana a apresentação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

No início da semana a previsão era que o texto, que pretende abrir espaço no orçamento de 2023 para o pagamento de auxílio de R$ 600, seria apresentado até quinta-feira. O plano foi adiado para segunda-feira (14) e agora integrantes da equipe de transição dizem que a PEC será apresentada na quarta-feira (16), após o feriado da Proclamação da República.

A PEC da transição é a medida escolhida pelo governo de transição para abrir espaço no Orçamento e tirar do teto de gastos despesas consideradas inadiáveis, como o pagamento de R$ 600, em 2023, para beneficiários do Auxílio Brasil.

“Após as agendas de ontem, dado algumas sugestões apresentadas pela Câmara e Senado, sentimos a necessidade de voltar a conversar com o presidente Lula. Desde o início encontramos muito boa vontade dos líderes e parlamentares das duas casas e a PEC da Transição é trabalhada com muito entendimento”, disse o senador eleito Wellington Dias (PT), escolhido por Lula articular a elaboração da PEC.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede), que participa das negociações junto ao Congresso, afirmou em entrevista ao jornal “Estado de São Paulo” que a ideia do governo é retirar da regra que atrela o crescimento das despesas o programa social (que voltará a ser chamado de Bolsa Família) que prevê gastos de R$ 175 bilhões em 2023 – já incluindo um bônus de R$ 150 por criança de até seis anos.

Repercussão a discurso

Horas após o discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta-feira (10), em que petista criticou o teto de gastos e indicou que pretende aumentar as despesas para atender demandas sociais no país, o mercado reagiu com insatisfação diante das incertezas econômicas do futuro governo.

O Ibovespa perdeu R$ 156 bilhões em valor de mercado na quinta-feira (10), após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionar se o Brasil precisa de estabilidade fiscal e criticar o teto de gastos. 

De acordo com a consultoria TradeMap, que considera a variação no valor de mercado de cada uma das companhias que integram o índice Ibovespa (com as principais empresas listadas na Bolsa da Valores de São Paulo, a B3), em dois dias de quedas seguidas, as perdas totais chegaram a R$ 247,8 bilhões.

As informações são da Rádio Itatiaia, associada AMIRT.

Pesquisar