Patos de Minas ocupa a 63º posição das cidades com maior potencial de desenvolvimento

 

 “Não tem uma categoria profissional no Brasil que preserve mais o meio ambiente do que o produtor rural”, garantiu o agrônomo Evaristo de Miranda, coordenador do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em uma das exposições mais aplaudidas durante a sexta edição do Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre em Curitiba, Miranda se dedicou a “desmistificar” acusações de que o setor é uma ameaça ao meio ambiente.

Em um dos últimos debates do evento, na manhã da última sexta-feira (30), o agrônomo apresentou gráficos e bancos de dados alimentados pela Embrapa, que apontam que um quarto do território brasileiro é preservado pelos agricultores. “Qual a categoria do Brasil dedica seu patrimônio pessoal, privado e mobiliza R$ 3 trilhões para o meio ambiente? É uma poupança não remunerada que ainda gera custo para ser mantida e, se pegar fogo, a culpa é sua, se roubarem madeira você é o responsável.”, assegurou.

Miranda afirmou que, somado às áreas protegidas – mais de 1,8 mil unidades de conservação e outras áreas indígenas – e terras devolutas, o total do território preservado no Brasil ultrapassa os 66% do total. “E a lavoura ocupa 7,8%. Essa parcela para toda a produção de cana, de soja, de milho”, disse. Segundo ele, as áreas de pastagens também vêm decrescendo, assim como o volume de rebanho.

Energia

A questão ambiental também foi discutida como um contraponto ao agronegócio de base florestal. Também da Embrapa, o pesquisador Erich Gomes Schaitza disse que o setor precisa buscar “um jeito de o manejo da floresta gerar dinheiro”. Além da manutenção das florestas atuais, o engenheiro florestal defendeu a adoção de um reflorestamento dentro de um modelo inteligente, que gere recursos para o produtor.

“Estamos entrando em uma era de produtos verdes. O mundo fala de economia verde na mudança de um paradigma de produção, que substitui petróleo por recursos naturais”, lembrou. Para ele, o primeiro ponto de agregação de valor à indústria florestal está na bioenergia. Schaitza citou exemplos como o da Ambev, que comprou mais de 1,2 mil caminhões elétricos, e o da Noruega, que se comprometeu a banir carros à combustão até 2025, fazendo um paralelo com os veículos, equipamentos e maquinários usados no campo. “A questão está posta. Temos grande oportunidade para o setor agrícola de pensar energias de forma diferente”, disse.

Postado originalmente por: Clube Notícia – Patos de Minas

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