Para Abrape, meia-entrada é prejudicial para o setor e demais consumidores

A entidade aproveitou o encontro com o presidente Jair Bolsonaro para discutir principais dificuldades do setor

Meia-entrada. Está foi a principal pauta discutida pela Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) durante encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro, na última quarta-feira (30). Além dos promotores de evento, cantores de músicas sertanejas também participaram da audiência.

Criada em 1982, a Abrape conta com produtores de eventos de todos os locais do país, sendo esta uma demanda histórica da entidade. Pela primeira vez, a entidade foi ouvida por um presidente da República, o que deixou o setor esperançoso.

“A meia-entrada não prejudica apenas quem tem direito a ela, mas prejudica também o consumidor honesto que não quer falsificar uma carteira para pagar a meia-entrada. Hoje em dia, o que tem acontecido, é que a meia-entrada tem sido a metade do dobro. Na maioria das vezes aumenta-se o valor, porque 90% dos ingressos vendidos são meia-entrada”, explicou o vice-presidente da Abrape, Júlio Batista, da Lucs Promoções.

Apesar disso, Batista esclarece que a Abrape não reivindica o fim da meia-entrada, apenas que o governo financie o benefício oferecido por ele sem prejudicar as empresas privadas e os demais consumidores. “Nós vamos vender quantas meias-entradas forem necessárias. Ninguém compra carne por metade do preço, ninguém compra carro por metade do preço, ninguém contrata nenhum serviço nesse país pela metade do preço. ”

Segundo o vice-presidente, o setor é o único que oferece 50% de desconto nos serviços. “Será que é justo? Por exemplo, um estudante ao entrar em um táxi ele paga metade da tarifa? ”, questiona. A intenção é que o preço do ingresso caia substancialmente, caso seja extinta a meia-entrada.

Outro lado da história, como enfatiza Batista, se refere as entidades que são financiadas com a venda da meia-entrada. Para ele, isso é um “absurdo”. “Tanto que agora o governo lançou a ID digital a custo zero, buscando acabar com essa discrepância”.

Ecad

Outro assunto discutido com o presidente Jair Bolsonaro foi sobre o valor cobrado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).

“Não existe nenhuma liberação no país que cobre 10%. Isso é um abuso. A forma com que o Ecad e os compositores tentam formar o preço para que a gente possa usar as obras é muito caro, muito abusivo e feito de forma parcial. Eles dão um preço e pronto. É um cartel. A gente é contra isso”, ressaltou Batista.

Também entrou em pauta a situação dos artistas. “Os artistas, por sua natureza itinerante, têm muita dificuldade com a legislação trabalhista. Precisa ter algumas alterações para que atinjam a todos”.

Apoio

O vice-presidente da Abrape acredita que muitas mudanças ainda vão acontecer. Durante o encontro, foi aberto um canal de interlocução com o governo, entre a Abrape e artistas. “O presidente foi muito receptivo. Ele disse que precisa ver a legalidade e os impactos de medidas que possam resolver esses problemas que nós temos hoje”, disse.

A entidade também aproveitou a circunstância para dizer que apoia o atual governo. “Para nós foi de um simbolismo muito grande. Nós fomos recebidos como um setor organizado, o que foi motivo de muito orgulho”.

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