Pandemia afetou padrão de leitura de 75% de crianças entre 7 e 8 anos

O UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância, divulgou os últimos dados disponíveis sobre o impacto da pandemia na aprendizagem das crianças no mundo: mais de 635 milhões de estudantes continuam afetados pelo fechamento total ou parcial das escolas.

No Brasil, o relatório global destaca que em vários estados brasileiros, três em cada quatro crianças do 2º ano estão fora dos padrões de leitura, número acima da média de uma em cada duas crianças, de antes da pandemia. O documento aponta ainda que um em cada dez estudantes de 10 a 15 anos relatou que não planeja voltar às aulas assim que sua escola reabrir.

De acordo com informações do CONSAD, Conselho Nacional de Secretários de Educação, na grande maioria dos estados brasileiros, as aulas serão retomadas em fevereiro de forma 100% presencial.

Para Julia Ribeiro, oficial de educação do UNICEF no Brasil, é fundamental nesse momento investir na busca ativa de alunos.

A professora de Educação Infantil, Juliana Côrte Imperial, vivencia os dois lados do problema, já que também é mãe de um adolescente de 16 anos, que acabou sendo reprovado nos dois últimos anos da pandemia. No primeiro, por escolha própria. Juliana avalia que os prejuízos vão muito além da aprendizagem.

Para o filho de Juliana, Pedro Henrique Côrte Imperial Borges, que permaneceu no 9º ano do ensino fundamental, o sistema de estudo remoto é bastante ineficiente e não consegue substituir o papel da escola.

O relatório do UNICEF confirma que além da perda de aprendizado, o fechamento das escolas afetou a saúde mental das crianças e adolescentes.  Outros impactos importantes também apontados no documento são o aumento dos riscos de abusos e a redução do acesso de crianças à alimentação regular.

Mais de 370 milhões de crianças em todo o mundo ficaram sem a merenda escolar durante o fechamento das escolas, perdendo o que é, para muitas delas, a única fonte de alimentação e nutrição diária.

As informações são da Agência Brasil.

Foto ilustrativa: Pixabay

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