Padre suspeito de pedofilia oferecia dinheiro por visita de jovens em SP

Religioso possuía “tabela de gratificação” para recompensar adolescentes; polícia encontrou materiais pornográficos de menores de idade no celular do padre

O padre católico preso em flagrante por manter e produzir materiais pornográficos de menores de idade oferecia dinheiro para que jovens visitassem ele. O religioso foi detido na última quarta (3) e é investigado pelos possíveis crimes de exploração sexual e estupro de vulnerável.

Em coletiva de imprensa, a delegada Larissa Mayerhofer, uma das responsáveis pela investigação, disse que foi encontrada uma “tabela de gratificação” no celular da única vítima identificada até o momento. O aparelho foi apreendido na operação junto com o celular do suspeito.

“Ele dava presentes conforme o comportamento do jovem. Vimos uma conversa em que ele prometia coisas. Por exemplo, se o jovem dissesse uma frase de efeito ou elogio para o abusador, ele recebia dinheiro. Isso seduzia a criança.”

O dinheiro prometido não estava necessariamente ligado a favores sexuais. A Polícia Civil optou por não divulgar os valores prometidos pelo religioso. Além de elogios e “frases de efeito”, visitas ao religioso em São Paulo também seriam remuneradas.

Entenda o caso

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante, na última quarta-feira (3), um padre de 54 anos que possuía imagens pornográficas de menores de idade em seu celular. O suspeito, detido em São Paulo (SP), também pode estar envolvido em crimes de exploração sexual e estupro de vulnerável.

O religioso mantém um projeto social para jovens em situação de vulnerabilidade na capital paulista e em São João del-Rei (MG). Jovens carentes de Goiás eram acolhidos para “ficar sob os cuidados do projeto social”. A polícia acredita que o suspeito utilizava a entidade para se aproximar de possíveis vítimas. No site oficial, o projeto é descrito como “um lugar seguro, acolhedor e estimulante para crianças, adolescentes e jovens a fim de garantir melhores oportunidades e perspectivas de vida”.

A Ordem dos Pregadores “Província Frei Bartolomeu de Las Casas”, onde o suspeito atuava, afirmou em nota que o padre foi afastado das atividades no início de março e estava proibido de ter contato com as crianças do projeto, mas ele estaria desobedecendo algumas dessas ordens”. A entidade alega ainda que o religioso nunca teve permissão da Igreja para realizar o projeto, que era executado “à revelia das orientações das autoridades da Ordem dos Pregadores”.

Em nota publicada em seu site oficial, a Arquidiocese de São Paulo afirma ter recebido as acusações com “perplexidade” e manifestou repúdio a qualquer forma de abuso. A Arquidiocese informou que se solidariza com as possíveis vítimas e aguarda os esclarecimentos dos fatos.

As informações são da Itatiaia.

Foto: PCMG.

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