Os saberes populares de mestres mineiros do Reinado do Rosário e da Umbanda são apresentados em filme na Faixa de Cinema, da Rede Minas, nesta sexta (13)

Mestres de comunidades tradicionais de Minas Gerais estão juntos no filme “Lá nas matas tem”, de César Guimarães e Pedro Aspahan. São conhecedores da cultura popular de Contagem, Ubá e Oliveira. O filme nasceu do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG, que trabalha culturas afrodescendentes, indígenas e populares. No documentário, os protagonistas mostram, por meio de depoimentos, cantos e rituais, os saberes que têm, como matriz, a cultura afro-brasileira. A obra é exibida na Faixa de Cinema, da Rede Minas, nesta sexta (13), que também apresenta entrevista com um dos diretores, Pedro Aspahan.

A conotação gramatical não exagera ao nomear esses personagens da vida real de “mestres”. Dois deles, inclusive, receberam o título acadêmico de doutores por notório saber. Um deles é José Bonifácio da Luz, mais conhecido como Bengala. Líder do quilombo Arturos, comunidade de Contagem reconhecida como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais, é também capitão da Guarda de Congo do Reinado de Nossa Senhora do Rosário.  Entre os trabalhos, dá orientação a crianças e jovens nos preceitos e normas das tradições, que apresenta, também, em cursos no Brasil e no mundo.

Mestra Pedrina de Lourdes Santos também está nessa produção. Moradora de Oliveira, região oeste de Minas Gerais, é reconhecida como pesquisadora e é referência quando os temas são cantos e oralidade em línguas africanas de matriz banto e história e cultura afro-brasileira. Há mais de 40 anos ela é capitã do Terno de Massambike, de Nossa Senhora das Mercês. Para fechar o trio, Maria Luiza Marcelino, zeladora do Centro Espírita Caboclo Pena Branca, de Ubá, na Zona da Mata. Ela é uma das principais lideranças do Quilombo Namastê e autora do livro “Lamento de um povo negro”.

O filme foi gravado na Estação Ecológica da UFMG, em um espaço cercado pelo verde, onde os mestres mostram um pouco dos “seus cantos, saberes e a forma de viver”, como explica o diretor César Guimarães. A ambientação buscou respeitar as tradições. “Para esses povos, a mata é um espaço sagrado”, diz César, que fala sobre o desafio de apresentar a cultura popular para o público que não tem contato com as tradições: “oferecer para esses espectadores que não conhecem esses saberes, esses conhecimentos, essa forma de pensar”.

A Faixa de Cinema com o filme “Lá nas matas tem” vai ao ar nesta sexta (13), às 23h, pela Rede Minas. O filme também pode ser visto, nesse mesmo horário, no site da emissora: redeminas.tv e na plataforma de streaming EMCplay.

As informações são da Rede Minhas.

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