O frio mais intenso chegou no último final de semana mudou a paisagem do Sul de Minas. Nesta terça-feira (25), as plantas amanheceram com cristais de gelo. Essa onda de frio pode atrapalhar a produção de oliveiras em Maria da Fé (MG), de acordo com avaliação feita pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
“Quando a onda de frio é tardia, pode trazer prejuízos porque a partir do momento em que essas frutíferas e essas oliveiras já acumularam as horas de frio e a gente já teve uma elevação das temperaturas no final do inverno, essas plantas começam a brotar. Depois que ela emite as brotações de gemas, as gemas vegetativas e as gemas de flor, quando a gente tem uma nova onda de frio com essas gemas já brotadas, a ocorrência de geadas intensas em cima dessas delas pode gerar a queima das brotações e isso acabar ocasionando uma perda de produção nessas plantas”, destaca o engenheiro agrônomo Pedro Moura.
Em Andradas, a chuva de granizo que caiu na semana passada não chegou a atrapalhar a colheita das uvas de inverno, mas afetou a produção de espumantes.
“A gente começa a podar no início de julho, estavam com brotos de 20 a 30 centímetros. Foi onde as pedras danificaram todos os brotos e cachos das uvas. A gente perdeu 100% e agora é conduzir o vinhedo novamente para que em 2021 a gente tenha a nossa colheita”, disse o produtor de uvas e vinhos Luiz Henrique Marcon.
Segundo a Epamig, para estimar as perdas causadas pelo frio fora hora vai ser preciso acompanhar o comportamento destas culturas para identificar os possíveis danos.
No sudoeste, a preocupação é com a produção de café, mas o frio é só um dos fatores que acendem o sinal de alerta. A seca aliada a amplitude térmica, ou seja, a variação significativa da temperatura ao longo do dia causa impacto na saúde da lavoura.
Com a mudança muito brusca de temperatura, paralisou o crescimento. Em alguns casos tivemos o descoloramento. Isso causa um impacto muito negativo”,
Em uma lavoura de São Sebastião do Paraíso, o frio afetou desde os pés de café mais antigos até os mais jovens. E isso pode refletir em uma produção um pouco menor no ano que vem.
“Caindo na folha, vai perde um pouco da florada que vai vir. Provavelmente vai produzir um pouco menos”, disse o produtor rural Osmar Vilas Boas Pimenta.
Apesar dos problemas, um especialista da cultura do café orienta que os produtores façam o manejo adequado pra recuperar o cafezal e reduzir os reflexos na safra do ano que vem.
“A gente fica triste porque você não quer que ele sinta, mas ele não tem como se proteger. É da natureza”, disse Emerson Tinoco da Silveira, consultou especialista da cultura do café.
Fonte: G1
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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro