Vendas no digital, streaming de rádio, tendências de consumo, faturamento e IA estão entre os temas

Entre os dias 5 e 9 de abril, Cristiano Stuani e Daniel Starck participaram da NAB Show 2025, em Las Vegas, o maior evento de radiodifusão do mundo. A cobertura foi realizada em parceria com a AMIRT. Em vídeo exclusivo enviado à Associação, Stuani destacou os principais temas discutidos nos debates, fóruns e palestras do evento. O conteúdo completo pode ser conferido ao final desta página ou no canal da AMIRT no YouTube.
Como vender no digital
Segundo Cristiano Stuani, um dos principais temas debatidos com radiodifusores dos Estados Unidos e de outros países do mundo foi como vender o digital. A partir disso, concluíram que quanto mais específico o conteúdo for o no digital, melhor será.
“Não é preciso se preocupar com um número gigantesco de visualizações de vários conteúdos no digital, é melhor investir em um único conteúdo, para que esse conteúdo tenha uma audiência engajada, esse é um ponto. Lá nos Estados Unidos eles não trabalham tanto os conteúdos por inteiro nas redes sociais, como Facebook e Youtube, eles usam as redes sociais para impulsionar os conteúdos do seus aplicativos”, pontuou.
Stuani citou que embora a realidade do Brasil possa ser diferente dos EUA, o desafio de vender no digital é bem semelhante. Nesse quesito, ele destacou que é preciso proporcionar aprendizado às pessoas que estão nas rádios para vender conteúdos no digital.
Streaming de rádio e rádio no digital
Cristiano comentou que a migração do dial do FM para o streaming está ocorrendo muito rapidamente nos Estados Unidos, e que este crescimento deve ser tendência no Brasil em algum momento. A qualidado do áudio e os lugares onde o streaming das rádios está presente foram os pontos centrais da discussão.
Os podcats também estão crescendo significativamente no EUA e, mais uma vez, os ouvintes estarem engajados é mais importante que o número de visualizações. “Eles [americanos] já até estão dizendo que podcast nos Estados Unidos é o novo FM, entretanto, a gente precisa discutir melhor sobre isso, mas eles já estão vindo com essa força”, acrescentou Stuani.
Os Estados Unidos aderem à algumas inovações, que demoram certo tempo até chegar ao Brasil. Para Cristiano, é importante analisar o que funciona no Brasil, já que estamos falando de países diferentes, com culturas e economias distintas, ou seja, nem tudo que funciona lá, funcionará no nosso país, apesar de termos hábitos de consumos parecidos.
Como driblar a queda da faturamento
Os americanos apresentaram pesquisas que projetam que o faturamento do rádio deve cair até 2026. Cristiano Stauni salientou que é necessário discutir estratégias para que isso não aconteça no Brasil. “A gente sabe e as pesquisas lá também mostram que jornalismo e música é o que estão em alta no rádio FM, isso não se discute mais”.
Ele afirmou ainda que discutir o produto rádio, promover workshops de estratégias para progamação musical e para programas jornalistícos é indipensável para driblar os desafios econômicos. “A gente não está falando sobre o produto rádio, a gente sempre coloca à frente a importância de monetizar e vender”, destacou.
Inovações tecnológicas e inteligência artificial
Os equipamento vistos durante a feira são atualizações do que já está presente no mercado, como câmeras para estúdio e softwares que estão trazendo inteligência artificial. “Inclusive todo mundo esperava um pouco mais de abrangência e novidades na questão da inteligência artificial. Talvez o rádio esteja precisando desenvolver mais ferramentas. Eu até comentei com o Daniel Stark que acredito que está faltando especialistaz de rádio para desenvolver inteligência artificial para a rádio, mas a gente vê algumas ferramentas bem interessantes”, pontou Stuani.
Para Cristiano Stuani, um dos destaque é “super Hi-Fi”, em que é possível colocar toda uma rádio, de onde você estiver, por inteligência artificial; com locução, distribuição musical, distribuição dos comerciais, entre outras coisas. Ele explicou que IA não vai subtituir as pessoas, porém, pode auxiliar eficientemente em determinados momentos.
A inteligência artificial pode corrigir pequenos detalhes que fazem toda diferença em uma transmissão, como, por exemplo, direcionar mais o olhar do comunicador para a câmera. “A inteligência artificial ainda tem muito o que evoluir. A gente tem ferramentas no Brasil que são até semelhantes ao que eles apresentaram lá, então temos que assistir um pouco mais sobre isso.”
Pesquisas de audiência
Nos Estados Unidos 174 milhões de pessoas ouvem rádio por dia, isso é uma média de 61% da população americana. No Brasil, os números mostram que 79% das pessoas ouvem rádio em 30 dias, ou seja, as métricas são medidas de maneiras diferentew, porém, precisamos nos atentar a esses dados. Stuani pontuou que se fizermos o proporcional entre Brasil e Estados Unidos, o número diário seria bem menos que 79%, sendo inferior aos 61% estadunidenses.
“A audiência jovem está caindo gradativamente, isso está normal no mundo. E o rádio está fazendo o que para se melhorar? A gente tem que se alertar a isso também”, finalizou.
Confira abaixo o vídeo completo: