Exposição apresenta pinturas que abordam a complexidade urbana da capital mineira

Nesta quinta-feira, dia 20 de fevereiro, o Museu Mineiro inaugura a exposição “Serras, ruínas e matas: pintura ao ar livre em Belo Horizonte”, que reúne mais de 100 pinturas realizadas pelo coletivo Pintura ao Ar Livre ao longo dos últimos três anos. A mostra, com curadoria da artista Louise Ganz e da curadora Marina Frúgoli, apresenta trabalhos de 23 artistas que se dedicaram à pintura em campo, explorando a paisagem urbana e periférica de Belo Horizonte.
A exposição, que integra o AMA – Ano Mineiro das Artes, programa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, fica em cartaz até 23 de março na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Mineiro, com entrada gratuita.
Uma cidade retratada em suas complexidades
As obras expostas são resultados de uma prática itinerante de pintura ao ar livre, em que os artistas ocuparam diferentes espaços como mineradoras, terrenos baldios, edifícios abandonados, córregos poluídos, áreas de ocupação urbana e florestas incendiadas. Além disso, em 2024 o grupo direcionou seu olhar para os parques municipais da cidade, refletindo sobre a urgência de um ambiente urbano mais verde.
“A escolha da pintura ao ar livre é uma forma de se relacionar com a cidade, com permanências prolongadas nos espaços públicos. As obras resultantes tornam-se pontos de partida para pensar as dinâmicas sociais e imobiliárias”, afirma a curadora Marina Frúgoli. Para Louise Ganz, “a mostra dialoga com questões socioambientais e do antropoceno, ao mesmo tempo que evidencia alternativas de ocupação do espaço urbano”.
O público encontrará uma variedade de técnicas e suportes dentro do campo da pintura, incluindo tinta a óleo, acrílica e aquarela, sobre tela, madeira e papelão. Ao abordar tanto as ruínas quanto as resistências da cidade, a exposição propõe uma leitura crítica e poética sobre Belo Horizonte.
Sobre o coletivo Pintura ao Ar Livre


Criado em 2022 como um projeto de pesquisa e extensão do curso de Artes Plásticas da Escola Guignard – UEMG, o Pintura ao Ar Livre promove encontros quinzenais em diferentes locais da cidade. Coordenado por Louise Ganz, o grupo conta com a participação de estudantes, ex-alunos e professores da Escola Guignard, além de integrantes da comunidade externa. A cada sessão, os artistas exploram espaços marcados por conflitos territoriais, processos de gentrificação e impactos ambientais, ressignificando essas paisagens através da pintura.
Em seu último ano de atividades, o coletivo percorreu os parques municipais de Belo Horizonte, dentro do projeto “487 florestas para uma cidade”, estimulando a reflexão sobre a relação entre arte, natureza e urbanismo.