MPMG investiga esquema de tráfico de drogas, via Sedex, em penitenciária de Uberaba

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), regional de Uberaba, no Triângulo Mineiro, deflagrou na manhã desta sexta-feira, 12 de novembro, Operação K4ixa Postal, contra organização criminosa voltada à prática de associação, tráfico de drogas, falsidade ideológica, cujo público-alvo é a massa carcerária da Penitenciária de Uberaba I – Professor Aluísio Ignácio de Oliveira (PPAIO). Foram cumpridos 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Uberaba, contra detentos em liberdade e indivíduos em liberdade, nas cidades mineiras de Uberaba e Sacramento.

Investigações
Durante a investigação, iniciada em março deste ano, foram verificadas dezenas de repasses, na modalidade postal (Sedex), e tentativas de inserção por meios ilícitos, da substância entorpecente denominada K4¹, uma espécie de maconha sintética produzida em laboratórios clandestinos. Essa substância, conforme apurado pelo MPMG, é cerca de 100 vezes mais potente do que a maconha em seu estado natural, levando o indivíduo a um comportamento agressivo e agitado, além de causar dependência física e psíquica.

Segundo o Gaeco, criminosos e custodiados se aproveitavam do fato de que as visitações e entregas de materiais nas unidades prisionais estavam suspensas em virtude de protocolos adotados pela pandemia de Covid-19, para assim acondicionar a droga sintética no meio de kits, dentro de caixas a serem entregues aos presos destinatários. Contudo, antes e protocolarmente, as encomendas passavam por minucioso procedimento de revista, executado pelos policiais penais, resultando em numerosas apreensões de drogas interceptadas.

Os investigados remetiam drogas para a Unidade Prisional, inserindo, falsamente, nomes de parentes e/ou pessoas ligadas a custodiados como remetentes, com o intuito de que tais recebessem os kits.

No curso da investigação, conforme o MPMG, foi verificado que a atividade escusa intracárcere tornou-se notadamente rentável. Por exemplo, um pequeno “selo da cartela” ou “quadradinho” (vinham distribuídos em uma folha A4), contendo o K4 borrifado, chegava a ser comercializado a R$ 30,00.

A deflagração da Operação K4ixa Postal deu-se através de participação conjunta de promotores de Justiça e servidores do MPMG, Polícia Militar de Minas Gerais (4º, 37º e 67º Batalhões de Polícia Militar, todos da 5ª Região), além do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen/MG), por meio da Polícia Penal de Minas Gerais.

A palavra e tipografia empregadas na Operação K4ixa Postal levam em consideração a modalidade escolhida pelos criminosos para que acesso aos entorpecentes fosse exitoso, ou seja, os serviços postais.

O MPMG informa que, posteriormente, poderão ser divulgados mais dados com os resultados adicionais das diligências executadas.

¹Canabinoide sintético, MDMB-4en-PINACA, Portaria SVS/MS N.º 344 de 12 de maio de 1998.

As informações são do Ministério Público de Minas Gerais.

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