Motoristas de aplicativos fazem novos atos em postos da cidade

Foto/Israel Junior

 

Cerca de 200 veículos participaram do protesto na manhã de ontem, formando imensa fila de acesso ao posto Space

Motoristas de aplicativos de transporte de passageiros seguem mobilizados contra o valor dos combustíveis em Uberaba. O alto preço inviabiliza o trabalho, segundo os profissionais. Na manhã desta sexta-feira (19), um novo ato ocorreu no posto Space, localizado em frente à UPA do Mirante, na avenida Leopoldino de Oliveira. Outro protesto simultâneo aconteceu em posto de combustíveis localizado no cruzamento da avenida Orlando Rodrigues da Cunha com Prudente de Morais. Já a primeira manifestação foi realizada na noite de quinta-feira (18), em posto localizado na avenida Marcus Cherém.

Mais uma vez, durante toda a manhã, os motoristas abasteceram R$1 e solicitaram nota fiscal. Uma grande fila se formou no primeiro posto, reunindo mais de 200 veículos.

De acordo com uma das líderes do movimento, Elaine da Silva Dahdah, o protesto vai continuar até que ocorra a redução dos valores dos combustíveis. “Não há data para terminar”, ressalta.

Segundo ela, os profissionais estão sem condições de trabalhar por conta dos valores abusivos praticados em Uberaba. “Estamos pagando para trabalhar com os atuais preços dos combustíveis”, dispara. Somente essa semana houve dois reajustes e, segundo consta, um novo aumento deve ocorrer nos próximos dias. Elaine Dahdah também faz um comparativo dos preços praticados em Uberaba. Enquanto o litro do etanol é vendido a R$3,49 na cidade, em Uberlândia é R$2,90. O valor é ainda menor em Igarapava (SP), município localizado a 41 quilômetros de Uberaba, onde o etanol está R$2,79 o litro. “Não podemos admitir esse abuso. Vamos acabar com esse cartel de Uberaba”, diz.

Ela também conclama a população em apoiar o movimento, indo aos postos e abastecendo R$1 e exigindo a nota fiscal. “Estamos todos cansados e precisamos do apoio de toda a sociedade”, diz.

Novos atos estão programados para acontecer em outros postos de combustíveis, sem data para terminar. “E assim vamos continuar até que os preços sejam reduzidos efetivamente”, finaliza.

Categoria reclama ainda da margem de lucro oferecida pelas empresas

Os motoristas também reclamam das taxas cobradas pelas empresas de transporte por aplicativo.

De acordo com um profissional, empresas aumentaram as tarifas, mas não repassaram para os profissionais, que estão sem reajuste há seis anos. “Aumentaram só para eles e para nós está só diminuído”, revela o motorista, que não quis ser identificado. Segundo ele, cada empresa criou uma tabela promocional que oferece descontos nas corridas, o que prejudica o faturamento dos profissionais. Por exemplo, o aplicativo 99 criou o 99 Poupa enquanto o Uber, o Uber Promo. “Ou seja, diminuiu os valores da corrida e aumentou o ganho deles e para os motoristas não houve nenhum benefício, pois continuamos trabalhando por um preço menor”, afirma.

Conforme explica, estas tabelas diferenciadas são decorrentes da concorrência. Elas ocorreram no ano passado com a chegada da IN Drive, empresa russa, cuja proposta é oferecer corridas mais baratas. Nela, o cliente já sabe quais os valores pagará, tanto na 99 quanto na Uber. Além disso, o cliente também tem opção de sugerir o preço da corrida e aí cabe ao motorista aceitar ou não o valor. “É como se fosse um minileilão, por que os motoristas também colocam o preço e o cliente aceita aquele que lhe convier”, diz.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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