Morre mais um homem com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, em Belo Horizonte

Morreu mais um paciente com sintomas de intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada em lotes de cervejas da Backer. O homem, de 74 anos, faleceu na madrugada desta segunda-feira (3), no hospital Madre Teresa, no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte.

João Roberto Sales estava internada há pelo menos 15 dias. O corpo do homem foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). As informações são da Polícia Civil de Minas Gerais. Até o momento, cinco pessoas morreram por suspeita de intoxicação da substância no estado.

Em um dos óbitos, foi constatado a presença de dietilenoglicol no sangue. O homem era um bancário aposentado, de 55 anos, que estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Ele morreu no dia 7 de janeiro.  A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) investiga 30 casos de pessoas contaminadas.

Ao todo, 41 lotes de bebidas da Backer estariam infectados. Os sintomas da intoxicação podem se manifestar em até 72 horas após a ingestão da substância. Dores abdominais, náuseas e vômitos são alguns deles. O quadro pode evoluir para alterações neurológicas e insuficiência renal.

A Backer nega o uso do dietilenoglicol no processo de produção das bebidas. Além desta substância, foi encontrado monoetilenoglicol em algumas amostras das cervejas.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também afirma que encontrou dietilenoglicol na água da fábrica da Backer, que fica na capital.

Para investigar o caso, uma força-tarefa foi criada. A empresa que fornece monoetilenoglicol para a cervejaria também está sendo investigada.

O dietilenoglicol e o monoetilenoglicol são anticongelantes utilizados no processo de fabricação da bebida. A substância fica armazenada em um cano, sem ter contato com a cerveja, para acelerar o resfriamento no processo de produção da bebida.

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