Os moradores da Cidade Alta irão se reunir, neste domingo (7), em manifestação pelo crescimento ordenado da região. O evento acontece entre 9h e meio-dia, com concentração marcada para acontecer na BR-440 (Via São Pedro). A fim de chamar a atenção do poder público e da população sobre as questões envolvendo a expansão da Cidade Alta, haverá um abraço simbólico. São esperados cerca de mil moradores da Cidade Alta, representada no ato pelos bairros São Pedro, Bosque do Imperador, Vina del Mar, Spina Ville I, Spina Ville, entre outros, e pela Federação dos Loteamentos Fechados da Cidade Alta, além de contar com a participação de representantes dos bairros Vale do Ipê e Democratas, que também apresentaram o mesmo tipo de demanda.
De acordo com o líder da Associação dos Moradores da Cidade Alta, Celso Chapinotte, a manifestação pauta-se, especialmente, pela série de empreendimentos residenciais que vem sendo implantada não só na região, mas em Juiz de Fora como um todo. Conforme Chapinotte, está ocorrendo um “crescimento desordenado”. “É claro que a cidade cresce, há um déficit habitacional grande – é direito da população e dever do poder público atender esse déficit – mas o que vemos é uma verdadeira desordem na ocupação do solo urbano”, afirma. “Na Cidade Alta, esse descalabro é maior ainda porque vem atacando áreas de preservação ambiental, nascentes de água e mata atlântica recuperada, que vem sendo atacada com os empreendimentos.”
Os moradores defendem, ainda, uma maior participação no planejamento para a região. “Queremos que poder público e autoridades interrompam as concessões desses megaempreendimentos e reconsiderem o estudo de impacto da vizinhança, reduzindo a quantidade de unidades, que a sociedade seja ouvida e que façamos um planejamento ordenado desse crescimento, considerando a infraestrutura necessária para população.”
Plano Diretor
Segundo Celso Chapinotte, o Plano Diretor de Juiz de Fora é um dos principais pontos a ser seguido no trabalho para um crescimento ordenado. “O plano é muito claro em relação à obediência ao meio ambiente, à análise e ao planejamento da infraestrutura de vias urbanas, saneamento, escola, hospitais, ou seja, estruturas administrativas que podem suportar o crescimento. É um dever do poder público planejar esse crescimento e consultar as representações das regiões afetadas.”
Além da manifestação, os moradores já encaminharam petição à Prefeitura de Juiz de Fora, solicitando a paralisação dos empreendimentos previstos para a região. Conforme Chapinotte, há ainda a necessidade de se fazer uma revisão de leis de ocupação do solo urbano. “É preciso rever a identificação das zonas residenciais e comerciais, para evitar que zonas ambientais sejam atacadas pelas construtoras.”
Por meio de nota, a Prefeitura de Juiz de Fora afirma que considera legítimo qualquer tipo de manifestação dos cidadãos dentro da ordem pública, para reivindicação de seus direitos. Com relação aos empreendimentos do Viña Del Mar e do Vale do Ipê, que foram objeto de audiência pública na Câmara, a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur) ressalta que foram cancelados pelo empreendedor. Segundo a nota, a pasta “age e cumpre o que está estabelecido em lei, ou seja, todos os empreendimentos que foram ou estão sendo construídos na Cidade Alta estão dentro do previsto na legislação, inclusive no que se trata das questões ambientais”, diz o texto. A Semaur afirma estar aberta ao diálogo e a ouvir a população na busca do desenvolvimento econômico e sustentável, sempre dentro da legalidade.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
