Moradora que teve casa interditada após desabamento busca respostas

Cinco casas localizadas no Bairro Poço Rico, na Zona Sudeste de Juiz de Fora, foram interditadas na segunda-feira (10), após uma parede de cerca de sete metros de altura desabar em cima dos imóveis. Os moradores foram orientados a sair das residências. Duas mulheres precisaram ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros, depois de ficarem presas no interior de uma das casas. Apesar de ninguém ter se ferido, a família, que está hospedada na casa de vizinhos, busca, agora, uma resposta sobre a situação.
Thatiana Rezende é filha e irmã das duas mulheres que estavam em casa no momento do acidente. A mãe dela foi resgatada pelos bombeiros e, segundo Thatiana, está muito abalada em função do desabamento, que ocorreu durante a realização de uma obra de drenagem para a construção de um acesso ao Viaduto Engenheiro José Abramo.

À Tribuna, Thatiana disse, no início da tarde desta terça, que a parede que desabou é muito alta, e que o susto foi grande. “Eles (os trabalhadores da obra) passaram por dentro do galpão com uma máquina bem grande. Ela esbarrou no topo do muro e veio tudo abaixo. Minha mãe e minha irmã foram retiradas pelos bombeiros. Tiveram que sair pelo muro atrás da casa da vizinha. Minha irmã só conseguiu pegar a nossa cachorra, nada mais. Todo o resto ficou lá: computador, celular, roupas. Acabou tudo.”

Ainda conforme Thatiana, nesta terça-feira, a família recebeu informações de que, durante a madrugada, a parte da frente do imóvel em que elas moravam teria cedido. “Ficamos sabendo por um vizinho. A casa dele é mais alta, de lá deu para ver que a parte da frente também caiu. Eles (os trabalhadores da obra) estão tentando tirar os escombros que sobraram, para ver se as outras casas não foram afetadas. Mas acredito que não tem como, porque as casas todas dividem paredes.”

Em razão disso, Thatiana buscou contato com a Prefeitura e conversou com o secretário de Obras e com o engenheiro responsável. Mas, ainda assim, a família está preocupada sobre como a situação será resolvida. Enquanto busca soluções para o problema, Thatiana também dá amparo à mãe. “Ela não quer arredar o pé daqui. É um bem material, mas é o único que temos e precisamos deles. Com todas as incertezas fica ainda mais complicado, não temos nenhuma orientação ou sequer assistência. A situação é bem crítica. Estamos esperando e acompanhando aqui para ver se não vai acontecer coisa pior, para que tenhamos informação. Porque se não ficarmos, nem informação temos. Estamos de pés e mãos atados. ”

PJF diz que aguarda perícia

Questionada pela Tribuna sobre o relato de Thatiana, a Secretaria de Obras da PJF informou, por meio de nota, que “a Prefeitura está conversando com as famílias, inclusive o secretário de Obras pessoalmente conversou com os moradores. A assistência social da Defesa Civil esteve no local hoje (terça) fazendo levantamento de informações com os moradores, e amanhã (quarta) terá uma reunião entre Prefeitura, Defesa Civil, empresa e moradores a fim de que toda a assistência necessária seja realizada.”

Na manhã desta terça, a Prefeitura de Juiz de Fora já tinha informado que aguardava o resultado da perícia da Polícia Civil para identificar as causas do acidente ocorrido na tarde desta segunda, quando a parede de cerca de sete metros de altura desabou na Rua Osório de Almeida. Segundo a Administração municipal, que se manifestou por meio de nota, a intervenção é “acessória e independente da obra do Viaduto Engenheiro Renato José Abramo”.

Ainda segundo a PJF, a drenagem foi realizada entre a Rua Romeu Arcuri e os fundos do galpão, que não estava sendo demolido. “A empreiteira iria iniciar a drenagem na Rua Osório de Almeida, no trecho entre o posto e o Bahamas. Ao passar por dentro do galpão, aconteceu o acidente”, afirma o texto.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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