Minas Gerais tem casos de assédio eleitoral apurados na capital e em outras 7 cidades do interior, de empresas privadas e órgãos públicos
O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem recebido denúncias de assédios eleitorais que estariam sendo praticados contra funcionários de empresas públicas e privadas, em Minas Gerais. Empregados obrigados a vestir a camisa de um determinado candidato, articulação em grupo de WhatsApp de associações de classes indicando o voto e ameaças de dispensa caso o funcionário não vote no candidato do empregador, são alguns dos exemplos. Em menos de 20 dias, entre 23 de setembro e 11 de outubro, foram abertos pelo menos 30 procedimentos administrativos para investigar esse tipo de denúncia.
As denúncias são de casos na capital e em outras sete cidades do interior do estado: Uberlândia, Divinópolis, Patos de Minas, Teófilo Otoni, Varginha, Governador Valadares e Montes Claros. As situações de coação são descritas em diversos setores econômicos, dentre os quais estão o comércio varejista de alimentos, roupas, calçados, área da saúde, indústria e administração pública municipal. Todos os inquéritos estão em fase de investigação.
A procuradora Regional do Trabalho e coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho, Adriane Reis de Araújo, explica o que é o assédio eleitoral e quais os exemplos desse tipo de prática, cujas denúncias ainda são bastante subnotificadas.
“O assédio eleitoral no trabalho é a prática de coação, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento no intuito de influenciar ou manipular o voto, a manifestação política, o apoio dos trabalhadores no local de trabalho ou em situações relacionadas ao trabalho. Ele pode ser identificado pelo trabalhador, tanto em situações de ameaças de desempregos ou retaliações no trabalho, quanto também na promessa do pagamento de um bônus, de um salário. Atualmente, nós temos 197 denúncias, a região Sul do país tem liberado esse número de denúncias, seguida pela região Sudeste e em seguida pela região Nordeste.”
A Procuradoria do Trabalho de Minas notificou, nesta semana, empresários de Nanuque que propagaram informações no sentido de que os investimentos na região sofreriam impactos negativos caso determinado candidato seja o vencedor nas eleições presidenciais de 2022.
Os empresários foram orientados a cumprirem as recomendações já feitas no sentido de coibir o assédio eleitoral sob pena da ação das medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis.
As informações são da Itatiaia.
Foto: Antônio Augusto.