Mineiro de 17 anos entra para o livro dos recordes após memorizar mais de 10 mil dígitos

Maike Anthony Silva, que é medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, contou à Itatiaia que se preparou para o recorde durante o período de 1 ano

Um estudante mineiro, de 17 anos, se tornou o novo recordista mundial de memorização. Maike Anthony Silva, que mora em Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte, entrou para o Guinness World Records – livro dos recordes – após recitar 10.122 casas decimais do número de Euler em apenas 2h20.

O adolescente, que estuda eletrotécnica no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), conversou com a Itatiaia e explicou que, após se inscrever no site do Guinness World Records, recebeu instruções para quebrar o recorde.

“A tentativa precisa ser gravada e não pode ter intervalos. Todos os dígitos precisam ser corrigidos por duas testemunhas e cronometrado por um cronometrista. Não pode haver uma pausa maior que 15 segundos entre um dígito e outro. Caso haja algum erro, o recordista precisa se corrigir antes de dizer o próximo número, porém isso não foi preciso no meu caso, pois recitei todos os dígitos corretamente de primeira”, contou.

O recordista mundial se preparou durante um ano. Ele começou o treinamento no dia 27 de fevereiro do ano passado e, aos poucos, foi memorizando mais números. “Eu primeiramente memorizei 1008 dígitos em cada dia durante 9 dias e 1050 dígitos em outro dia. Após a memorização, eu dividia meus dias entre estudos e recitação dos dígitos. Costumava gravar minha voz falando todos os algarismos e ouvir o áudio posteriormente para corrigi-los. Esse estágio de solidificação durou todo o tempo restante”.

Descoberta

Maike Anthony Silva, que ama matemática, explicou que ficou interessado em técnicas de memorização durante o período que começou a ler livros sobre cálculo mental. O objetivo era ser medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), título no qual ele também conquistou.

“Após isso, comecei a memorizar várias coisas para praticar, como 3141 dígitos do pi, todos os países do mundo e suas capitais e toda a tabela periódica, que publiquei no meu canal do YouTube.Basicamente, não se trata de ter uma habilidade inata para memorizar, mas na verdade de ter as técnicas certas”, revelou.

A iniciativa em tentar quebrar o recorde partiu do próprio estudante. “O que me inspirou a tentar quebrar um recorde do Guinness World Records foi a quantidade de casas decimais. Além da memorização de números ser uma ótima forma de treinar a memória, quebrar esse recorde exigiria muito das minhas habilidades e, portanto, seria um ótimo desafio”, disse.

O sonho de Maike é estudar matemática em alguma universidade americana. “Me sinto muito feliz em conquistar o recorde. Isso mostra que o meu esforço valeu a pena. Minha família também está muito contente e orgulhosa”, disse.

Segredo

Maike estudou muito para aprender técnicas e desenvolver habilidades de memorização. “Treinar a memória e mantê-la ativa deve ser um dos primeiros passos para alguém que quer ter uma boa memória. Além disso, tentar criar conexões inusitadas entre o que a pessoa deseja memorizar é uma ótima forma de criar memórias sólidas, por isso os tão conhecidos macetes de cursos preparatórios são eficientes. Para aqueles interessados em memorização mais avançada, é importante conhecer as técnicas mais populares, como o palácio da memória e o major system”, aconselhou.

As informações são da Rádio Itatiaia – Associada Amirt

Foto: Arquivo Pessoal

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