MINAS GERAIS | Com má distribuição de vacinas, prefeituras temem perder vidas

Enquanto o país vive o fantasma de uma possível terceira onda de Covid-19, prefeitos e secretários de Saúde de municípios do interior de Minas clamam por um quantitativo maior de vacinas para salvar vidas. Em várias cidades, não chegaram doses suficientes para imunizar idosos e profissionais de saúde, impossibilitando um maior avanço no processo.

De acordo com o secretário de Saúde de Betim, Augusto Viana, se a cidade tivesse recebido um quantitativo de doses proporcional à população, muitas vidas poderiam ter sido salvas nos dois últimos meses.

“Se tivéssemos recebido as vacinas conforme o número de habitantes, teríamos 68 mil doses a mais. Sem dúvida isso serviria para salvar vidas. Desde o dia 20 de janeiro, quando aplicamos a primeira dose, já morreram 680 pessoas por Covid. Parte dessas mortes poderia ter sido evitada se tivéssemos uma condução mais transparente”, considera.

A Secretaria de Estado de Saúde afirma que as entregas levam em conta cadastros federais referentes aos grupos prioritários contemplados em cada remessa de imunizantes.

Mas, mesmo que haja diferenças entre número de idosos e profissionais de saúde nos municípios, há discrepâncias muito perceptíveis. De acordo com Vacinômetro do Estado, Betim recebeu 121.811 vacinas contra a Covid. Embora tenha 107 mil habitantes a menos que Betim, Uberaba recebeu 125.432 doses.

E há urgência na vacinação. Um estudo feito por pesquisadores norte-americanos publicado pelo “The Journal of Infectious Diseases”, indica que é fundamental elevar a cobertura vacinal antes do período de outono e inverno. “Entramos no outono com esperança na vacinação e estamos chegando ao inverno com preocupação, porque no período mais frio os vírus de circulação respiratória se mostram mais ativos”, completa Viana.

A espera por mais vacinas também é a realidade de Contagem. Terceiro maior de Minas, o município recebeu apenas 217.881 doses. De acordo com o secretário de Saúde, Fabrício Simões, é impossível para a cidade ter uma velocidade na vacinação equiparável à da capital, que está logo ao lado.

“A vacinação é um processo complexo, que exige responsabilidade, e não podemos perder o foco técnico, senão vira gincana de vacinação. A população precisa saber que o jogo não tem as mesmas regras para todos. O critério deveria ser mais objetivo”, diz o secretário.

Outra cidade de médio porte que vivencia as consequências do reduzido número de doses enviadas é Governador Valadares. O prefeito André Merlo chegou a pedir ao governador Romeu Zema que revisasse os números de vacinas enviadas ao município, que é referência em saúde para outras 51 cidades.

“Nós somos a região que percentualmente mais aumentou o número de leitos, mas isso não é suficiente. Estou agora com os leitos de UTI Covid lotados, espero que melhore na semana que vem. Precisamos das vacinas para melhorar essa situação”, afirma o prefeito.

 

 

FONTE: O Tempo

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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