Em operação há quatro anos, a Mina Horto Baratinha, localizada em Antônio Dias, tem expectativa de alcançar a capacidade total até o fim de 2020, produzindo até dois milhões de toneladas anuais de concentrado de minério de ferro, o sinter feed de alta qualidade (66%). Atualmente, o empreendimento está sob a responsabilidade da GO4 Participações e Empreendimentos S.A., do grupo Brasil Exploração Mineral S.A. (Bemisa).
Em entrevista ao Diário do Aço, o coordenador de Assuntos Institucionais da Bemisa, Renato Coura, explicou que, com a licença de operação – obtida no dia 10 de maio deste ano – a expectativa é que a produção cresça mais ainda. Essa é uma licença definitiva, que vale por 10 anos. Hoje, a gente produz em torno de 300 mil toneladas e a expectativa é que, até o fim do ano de 2020, a unidade esteja produzindo em seu limite máximo, que são dois milhões de toneladas de concentrado de minério de ferro, afirma.
Renato Coura também acrescenta que, com a abertura do terceiro turno de trabalho, programado para começar em breve, as vagas de empregos surjam gradativamente. Eu não tenho o número exato, mas a expectativa é de dobrar o número de funcionários na Mina Baratinha, salienta.
Segundo o coordenador, atualmente, a Bemisa possui, ao todo, 212 empregados, contando com a sede no Rio de Janeiro e no escritório em Belo Horizonte. No entanto, essa soma deve aumentar ao longo do tempo. Acredito que esse número chegará até uns 300 funcionários diretos. Além disso, a geração de emprego e renda irá melhorar muito no Vale do Aço, principalmente para o município de Antônio Dias, porque envolve serviços de transporte, alimentação e manutenção de máquinas. E com isso muitos empregos indiretos também são gerados, pontua.
Gestão de resíduos
Para que ocorra esse desenvolvimento econômico e social, também é preciso investir nos cuidados ambientais. Questionado acerca da destinação dos resíduos gerados na extração de minério de ferro em Antônio Dias, o supervisor de Meio Ambiente da Bemisa, Gustavo Lana, a empresa trabalha com dois tipos de resíduos em sua mineração. “Temos os resíduos industriais minerados, que são dispostos em locais apropriados e licenciados para este fim, que ficam nas dependências da mineradora, conforme previsto no Licenciamento Ambiental. E temos os resíduos de destinação externa, divididos em classe 1 e classe 2A, que são destinados, por meio de empresas licenciadas, para aterros sanitários, devidamente licenciados”, explica.
Gustavo Lana também informa que, dentro desses resíduos de classe 2A, existem os resíduos recicláveis, que são destinados para Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Timóteo (Ascati). Dessa forma, toda a operação do empreendimento cumpre com as exigências da Legislação Ambiental. “Esse trabalho de gestão de resíduos é de extrema importância. De modo que seja possível manter um controle sistemático para mitigação de riscos e impactos ambientais na região”, conclui.
Entenda
No dia 11 de agosto de 2017, a Câmara de Atividades Minerais do Conselho de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais aprovou, por 11 votos a um, a licença de instalação da Mina Horto Baratinha, em Antônio Dias, localizada em uma encosta à margem esquerda do rio Piracicaba. Na década de 1980, a mina foi operada pela Extramil, que desistiu da atividade por causa da queda na demanda pelo mineral extraído naquela localidade no começo dos anos 80.
A operação da lavra experimental da mina foi iniciada pela Bemisa no segundo semestre de 2014. Conforme a empresa, a sondagem concluída ao longo de duas campanhas realizadas durante a etapa de pesquisa exploratória mostra a dimensão do depósito de minério. O resultado de ambas as campanhas de sondagem possibilitou a certificação de 27,35 milhões de toneladas de recursos com teor médio de 58,92%.
