Médico realiza primeira cirurgia de redução de estômago por vídeo

O dia 16 de novembro entrou para história da medicina em Guaxupé. É que nesta data foi realizada a primeira cirurgia de redução de estômago feita por vídeo, na Santa Casa de Guaxupé. O procedimento foi realizado pelo cirurgião gástrico Marcos Becker Rocha em uma paciente de 48 anos, da cidade de Juruaia. A cirurgia por vídeo, do tipo By Pass gástrico, tem risco de 0,1% a 0,3%.

“A cirurgia por vídeo já existe há muito tempo, mas a questão é o custo dessa cirurgia. mas as vantagens da cirurgia por vídeo são inúmeras. Um paciente que faz uma cirurgia aberta, tem um risco de 30% no surgimento de hérnias. O paciente vai emagrecer, mas isso não vai acontecer em uma semana. Ele vai emagrecer ao longo de um ano, um ano meio. O ideal é que ele emagreça paulatinamente. E durante esse período ele está perdendo peso, ele ainda é obeso e ele tem um corte na barriga que com a pressão vai resultar em uma hérnia. Então do total de pacientes que fizeram uma cirurgia aberta, 30% desenvolvem hérnia abdominal necessitando nova cirurgia para correção, enquanto que na cirurgia por vídeo, essa intercorrência é quase inexistente. O grampo da cirurgia por vídeo é mais reforçado que da cirurgia aberta”, explicou o médico Marcos Becker.

Dr. Marcos Becker é formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas(1992), e possui mestrado em Cirurgia pela Unicamp, residência médica pela PUCCAMP, aperfeiçoamento em Chirurgie Génèrale Et Endocrine e aperfeiçoamento em Chirurgie Génèrale Et Digestive pela Université de Strasbourg I(1997), na França. Foi médico contratado da Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e do Hospital Maternidade Celso Pierro. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas antes de se mudar para Minas, há 11 anos. Ele também atende pacientes em Guaxupé, Passos e São Sebastião do Paraíso.

Diferença entre as cirurgias

Há, basicamente, dois tipos de técnicas de cirurgia de redução de estômago: Sleve e By-Pass. A técnica Sleve é mais indicada para pacientes obesos jovens que ainda não possuam comorbidades ligadas à obesidade. A única contraindicação é aos pacientes que possuem doença do refluxo. Já o By Pass é indicado à pessoas com comorbidades como pressão alta e diabetes.

“No By Pass você tem uma perda de peso maior girando em torno de 35% a 40%. As duas tem vantagens e desvantagens. O By Pass é mais indicado para um paciente metabólico. Um paciente com quadro de diabetes, pressão alta, dislipidêmicos; e o Sleve é indicado para um paciente mais jovem com um quadro de obesidade, e que não tem outras comorbidades. A grande vantagem do Sleve é que você pode reverter ela para o By Pass caso tenha uma reengorda”, afirmou o médico ao Portal da Cidade Guaxupé.

A reengorda de paciente gira em torno de 20% dos casos, mas está mais ligada aos hábitos alimentares do que a um problema da técnica utilizada. “Fazemos uma acompanhamento multidisciplinar com paciente: psicológico, nutricional e às vezes até fonoaudiólogo para acompanhar a mastigação desse paciente, porque geralmente o obeso come muito rápido. Somente com esse acompanhamento é possível ter sucesso na cirurgia”, disse Dr. Marcos Becker, que ressaltou que a maioria dos casos de engorda está relacionado à ingestão de bebida alcóolica.

Na cirurgia de Sleve há uma mudança da parte gástrica. E a cirurgia do By Pass tem envolvimento na parte intestinal. “É nessa parte intestinal que há a concentração das enzimas chamadas GLPI e GLPII. As duas são precursoras da insulina. Então automaticamente essa mudança no intestino faz com que aumente essa produção de insulina. O índice de reversão do diabetes tipo 2 para pacientes que fazem a cirurgia de By Pass é em torno de 96%. Pacientes que são insulino dependentes podem deixar de tomar insulina”, ressaltou o cirurgião.

Indicação

A cirurgia de redução de estômago está longe de ser uma tratamento estético. No Brasil, o procedimento é indicado para pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40. Mas outros fatores também são levados em conta.

 

Indicações

Marcos Becker Rocha / Cirurgião / Guaxupé

A gente considera obesidade mórbida o índice de massa corpórea (IMC) acima de 40. Ele é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado (IMC=Peso/Altura²). Se o resultado for maior que 40, esse paciente já tem indicação. Ele tem que ter tentado tratamento clínico por mais de dois anos. Já o paciente com IMC acima de 35 e que já possui comorbidades como pressão alta e diabetes já tem indicação

 

 

 

 

Já com relação à contra indicação, o médico explica: “A cirurgia de Sleve é contra indicada nos casos de doença do refluxo gastro esofágico e no caso do By Pass, por ser uma cirurgia metabólica, é necessária a reposição de ferro e vitamina B12 injetável, porque não tem como absorver por causa da mudança do trato digestivo a nível do estômago. E você tem que fazer essa reposição periódica. A melhor técnica vai de paciente para paciente.”

 

Fonte: Portal da Cidade Guaxupé

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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