Em sua primeira entrevista coletiva à imprensa como prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), acompanhada por parte do secretariado, anunciou, nesta segunda-feira (4), o que chamou de Fórum de Proteção da Vida, cujo intuito é rever as ações que têm sido adotas em relação ao funcionamento de diferentes setores econômicos na cidade. Conforme a prefeita, será preciso uma “repactuação” para que as novas medidas adotadas sejam encaminhadas de acordo com as particularidades de cada segmento. O Fórum será lançado nesta terça-feira, às 17h, e contará com representantes da Prefeitura, do Legislativo, e da sociedade civil, representada pela classe empresarial e por trabalhadores. Dessa forma, em seu Governo, a prefeita não dará continuidade ao Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19, instituído na gestão do ex-prefeito Antônio Almas (PSDB). No encontro, a chefe do Executivo também anunciou a criação de uma Mesa de Solução e Negociação de Conflitos, e comentou sobre as ações de zeladoria que a Prefeitura tem adotado desde o último sábado.
A respeito da possibilidade da saída de Juiz de Fora do programa estadual Minas Consciente, Margarida declinou e disse que uma definição será estabelecida nesta terça, a depender das discussões elaboradas pelo grupo. “Isso será anunciado amanhã (terça-feira). Nós estamos em diálogo, estou ouvindo as pessoas. Os trabalhadores, setores comerciais, de academias, restaurantes, estão vindo até mim e falando das suas aflições. E nós estamos construindo uma solução que amanhã coletivamente será encaminhada por todos estes setores. Nesta terça teremos um encaminhamento definitivo.” Na manhã desta segunda, a prefeita esteve em reunião com representantes da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF) e discutiu sobre a situação do setor na cidade, cujo funcionamento está suspenso desde o último dia 25 em razão da regressão do Município à onda vermelha do Minas Consciente.
Na coletiva, Margarida evitou falar em retomada do funcionamento de determinados setores, mas afirmou que o Fórum está sendo criado para que novas ações sejam tomadas. Dessa forma, mudanças no funcionamento de alguns setores, inclusive comerciais, poderão ser definidas a partir desta terça. “Nossa definições irão contemplar aspectos da segurança sanitária, social e econômica. Faremos uma revisão das restrições para cada setor da vida social. As restrições que devem ser aplicadas por exemplo à uma escola são diferentes das que devem ser aplicadas em restaurantes e aos hoteis. Queremos diferenciar as restrições ao mesmo tempo em que cada um desses setores assumirá a sua responsabilidade na segurança sanitária, com o compromisso de forte fiscalização por parte da Prefeitura. Não podemos ter uma situação de restrições formais e, na prática, uma desobediência civil.”
Conforme Margarida, o Fórum também discutirá a situação do transporte coletivo urbano. “Da maneira como está funcionando promovem aglomeração. E uma das medidas mais importantes para diminuir o risco de contágio é o distanciamento social”, disse.
Planos de Contingência e Imunização
A respeito do Plano Municipal de Contingência à Covid-19, a expectativa do Governo é ampliar o número de leitos intensivos destinados ao tratamentos da doença a partir da próxima semana. Conforme a secretária de Saúde, Ana Pimentel, o Município trabalha na pactuação de novos equipamentos em paralelo ao desenvolvimento do já anunciado Plano Municipal de Imunização.
“Estamos trabalhando para requalificar o Plano de Contingência do Município para lidar com esse aumento de casos já nas próximas semanas. Já temos pactuação estabelecida com o Hospital Regional Doutor João Penido – referência no tratamento da Covid-19 em Juiz de Fora e região -, que tem estrutura física para receber os novos leitos. Nosso maior desafio é conseguir recursos humanos, o que hoje é um dilema nacional”, cita. Apesar disso, Ana informou que a pasta está em diálogo com o Governo de Minas, para que nova pactuação de profissionais para o hospital possa ser realizada, e os novos leitos, efetivamente abertos.
Em relação ao Plano de Imunização, a secretária informou que o Município já tem diagnóstico avançado da capacidade instalada da rede de refrigeração e levantamento dos profissionais de saúde. A expectativa é apresentar o plano até o próximo dia 15. Sua execução dependerá, com já afirmado pela Prefeitura, do desenrolar da estratégia nacional de imunização.
Além da secretária de Saúde, também estiveram presentes na coletiva a secretária de Governo, Cidinha Louzada, e os secretários de Planejamento Territorial e Participação Popular, Martvs das Chagas, secretário Especial de Direitos Humanos, Biel Rocha, e o de Comunicação Pública, Márcio Guerra.
Mesa de Mediação e Solução de Conflitos
Margarida ainda anunciou a criação, por decreto, da Mesa de Mediação e Solução de Conflitos. A instância tem o propósito de discutir e buscar possíveis soluções para conflitos sociais que surgirem na cidade. A ser instalada na próxima quinta-feira (7), às 16h, em um primeiro momento, a Mesa irá discutir a situação da comunidade do Bairro Poço Rico, Região Sudeste, onde foi inaugurado, no último dia 22, o Viaduto do Tupynambás.
Como já mostrado pela Tribuna, moradores do local estão insatisfeitos com o fechamento da passagem de nível do trem na esquina das ruas Pinto de Moura e da Bahia.
“Estamos criando essa figura por decreto que é justamente para oferecer um fórum para resolvermos os problemas que surgem no dia a dia da cidade. Essa Mesa vai ser inaugurada com o problema da obra viária no Poço Rico. Participarão a comunidade do Poço Rico, a MRS Logística, a mediação da Prefeitura. Disse que trataríamos disso imediatamente no meu discurso de posse e estou cumprindo com a minha palavra.”
Choque de zeladoria
Na ocasião, a prefeita também fez um balanço das ações de zeladoria realizadas na cidade. Anunciadas no último dia 30 para terem início nesta segunda, as medidas tiveram de ser iniciadas já no sábado (2), em função das fortes chuvas que atingiram a cidade e causaram grandes perdas e estragos diante do atual “estresse da estrutura urbana de Juiz de Fora”.
“Sobre o choque de zeladoria, a “operação Boniteza”, na verdade, começou como uma operação SOS em função das chuvas do final de semana. Tivemos que lidar com muitas dificuldades, mas numa ação coordenada do Demlurb, com Secretaria de Obras, Empav, Cesama e outras secretarias que tiveram de ser acionadas, como a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Esporte, conseguimos atender ao máximo de demandas possível. Isso foi um ponto muito positivo no início do nosso mandato, principalmente em função da dedicação dos servidores”, citou.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora