Mais de 75 mil inadimplentes foram registrados em Ipatinga

Wôlmer Ezequiel

Erasmo Felizardo destaca que as pessoas endividadas sempre devem buscar negociar suas dívidas com juros altos

Pagar as contas em dia e quitar as dívidas não tem sido fácil para os brasileiros, que ainda sofrem com a crise financeira dos últimos anos. De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras endividadas e inadimplentes cresceu de julho para agosto deste ano.

Segundo os dados divulgados pela CNC, a parcela de famílias com dívidas passou de 59,6% para 60,7%. Já o número daqueles com contas e dívidas em atraso (inadimplentes) também subiu, ao passar de 23,7% para 23,8% no período.
Igualmente foi observado um aumento daqueles que dizem não ter condições de pagar dívidas, de 9,4% em julho para 9,8% em agosto. O principal culpado da inadimplência é a utilização do cartão de crédito, conforme o levantamento, que foi responsável por 76,8% das dívidas, seguido de carnês (14,2%), financiamentos de carro (10,4%) e financiamentos de casa (9%). Além disso, o tempo médio da conta em atraso chegou a 64,4 dias.

SPC
Em Ipatinga, o cenário não é diferente. Muitos consumidores estão como inadimplentes. De acordo com os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o município possui mais de 75 mil de devedores, que ainda não foram protestados no cartório, ou seja, seus casos não foram levados à Justiça. Além disso, quando é feita a comparação, individualmente, confrontando os meses de agosto e janeiro, percebe-se um aumento de 5,96% do número de novos inadimplentes.

Esse crescimento também houve na comparação do mês de janeiro de 2017 com janeiro deste ano, que teve um aumento de 0,75%. Entretanto, quando esse comparativo é feito com agosto de 2017 e agosto de 2018, houve uma redução de 6,99% no registro de novos inadimplentes.

Estratégias

Para o vice-presidente da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Instituições Financeiras do Vale do Aço de Minas Gerais e Adjacências (Coopeinf), Erasmo Felizardo, a pessoa endividada precisa fazer uma avaliação dos juros das contas que estão atrasadas.

Para se ter uma ideia da dificuldade na qual entra um endividado, em agosto de 2018 o custo efetivo total do crédito rotativo atingiu a marca de 315,83%/ano. O custo efetivo total do cheque especial, no Banco do Brasil, por exemplo, atinge 347,93%/ano. Já o especial da Caixa custa 401,76%/ano a quem utilizar o limite.

“Em uma situação de inadimplência, o consumidor tem que focar naquelas dívidas com os juros mais altos e se livrar delas o mais rápido possível. Ele deve negociar sua dívida em parcelas que caibam no seu bolso e com juros menores”, explicou.

Outro conselho do vice-presidente é evitar, o máximo possível, o uso do cheque-especial que os bancos oferecem para seus clientes e os endividados não devem ficar afoitos na tentativa de pagar as contas em atraso de uma só vez. “As pessoas têm o costume de usar o cheque-especial para quitar suas dívidas, mas os juros são muito altos. Então, na verdade, ela só está criando uma dívida maior ainda. O ideal é analisar o que dá para pagar no momento. As contas que podem esperar, o consumidor deve deixar para depois”, afirmou.

Desempregados

No caso das pessoas desempregadas e inadimplentes, Erasmo Felizardo as aconselha a pagarem aquilo que é mais essencial para sua sobrevivência. “Elas devem focar em sua subsistência, pagando aluguel, contas de luz e alimentação, dentre outras despesas fundamentais. Por outro lado, elas devem procurar um emprego, nem que seja um serviço temporário, para honrar os outros compromissos”, concluiu.

Conforme o IBGE, em agosto de 2018 o índice de desempregados atingiu 13,1% no Brasil, o que representa 13 milhões de pessoas sem ocupação.


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