Quarenta por cento das crianças e adolescentes brasileiros, mais de 17 milhões, vivem em situação de pobreza. Isso significa que as famílias dessas crianças vivem com até um salário mínimo.
Dentro desse universo, estão 6 milhões de jovens que vivem na linha de extrema pobreza. O rendimento mensal das famílias dessas crianças não chega a R$ 230, um quarto do salário mínimo pago no Brasil.
As informações estão no Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil, divulgado nesta terça-feira (24) pela Fundação Abrinq. O documento é uma fotografia da população de 0 a 19 anos, que já representa 33% do total de habitantes no Brasil, de acordo com dados de 2016 do IBGE.
Mesmo o Brasil sendo signatário de um conjunto de metas de desenvolvimento, firmadas com a Organização das Nações Unidas (ONU) para serem alcançadas até 2030, a administradora executiva da Fundação Abrinq Heloisa Oliveira diz que o Brasil ainda está longe de cumprir essas metas, principalmente as que se referem a acesso à creche e à erradicação do trabalho infantil.
Sonora: “No Brasil pouco mais de 27%da população de 0 a 3 anos tem uma vaga assegurada em creche. E, na região Norte, apenas 10% têm uma vaga assegurada.”
A região Norte, por sinal, junto com o Nordeste, tem os principais cenários para a infância. No Nordeste, 60% das crianças e adolescentes vivem em situação de pobreza. No Norte brasileiro são 54%.
Além disso, quase 4 milhões dos brasileiros até 19 anos moram em favelas.