Faixa completa o primeiro trabalho solo da mineira, que traz o baixo como protagonista; lançamento acontece no dia 3/12, sexta-feira
Um “Novo Tempo” é o que a maioria dos brasileiros espera para os próximos anos, depois de tanto sofrimento e descaso com a vida. Por essas e outras, a baixista escolheu o sucesso de Ivan Lins e Vitor Martins para fechar seu primeiro trabalho solo. A releitura instrumental de “Novo Tempo” – cujo lançamento acontece no dia 3 de dezembro, sexta-feira – completa o EP “Prisma”, que traz versões instrumentais de clássicos do cancioneiro nacional, enfocando o baixo como protagonista. Lançadas durante novembro, as músicas “Saúde” (Rita Lee e Roberto Carvalho) e “Lamento Sertanejo” (Gilberto Gil e Dominguinhos) também integram o trabalho, que tem como proposta trazer o baixo cumprindo as funções de harmonia rítmica, melodia e graves, além de beats eletrônicos e linhas de teclado. Todas as faixas são acompanhadas por videoclipes assinados pelo artista visual Dudi Polonis, que também clicou as fotos.
Escute a releitura de Larissa Horta para “Novo Tempo” (link especial para a imprensa)
“Escolhi ‘Novo Tempo’ para fechar o EP porque eu queria concluir este ano e esta etapa da minha vida com alto astral e esperança de tempos melhores, depois de tanta tristeza e desafios neste longo período de pandemia e reclusão. Mais que isso, eu queria que meu trabalho pudesse proporcionar alegria, esperança, força e vida para as pessoas, e a música reflete exatamente essa energia na letra e na intenção”, comenta Larissa Horta sobre a composição, gravada em 1980 durante a ditadura militar. “Esta música é uma referência de luta, força e resistência em meio a um tempo de incertezas. Diante de tantas tragédias e um contexto político tão absurdo como o que vivemos hoje no Brasil, acho importante trazer posicionamento e reflexão”.
Sobre o EP “Prisma”, a baixista – que já tocou com nomes como Fernanda Takai e Titane – ressalta o fato de, juntamente com a musicista Glaw Nader, também ter feito a produção musical, “assinatura que carrega muitos anos de experiências e aventuras musicais”. “Tive liberdade para criar em todos os trabalhos que participei, e isso me fez acumular uma bagagem que construiu a minha linguagem hoje, e agora pôde ser concretizada neste EP”, sublinha a artista, ressaltando o contraste de climas e épocas das músicas do trabalho. “‘Novo Tempo’ e ‘Saúde’ são alegres e dançantes, mas achei importante mostrar que o movimento também pode ser pequeno, calmo, lento e profundo, por isso incluí ‘Lamento Sertanejo'”, completa, que contou com as linhas de teclado, arranjos e direção musical de Glaw Nader.
“Prisma”
Projeto surgido durante a pandemia da Covid-19, “Prisma” evidencia a versatilidade de Larissa Horta, bem como a de seu instrumento de preferência. Nas três faixas, o baixo desenha a melodia, comumente desempenhada pela voz; a harmonia, geralmente tocada pela guitarra, o violão ou os teclados; e, propriamente, os graves, função primária do instrumento. Tudo isso amparado por beats produzidos por Larissa e pelos teclados de Glaw Nader. “Minha ideia inicial era desenvolver arranjos apenas para o baixo, com camadas e frases sobrepostas, algo bem simples onde o baixo pudesse cumprir todas as funções de uma música, fazendo a melodia e a harmonia rítmica, além da sua tradicional função de linha de graves. Durante o processo, defini o conceito do disco e fui consolidando as ideias junto com a Glaw. Percebemos que as releituras poderiam ser bem mais do que uma simples transcrição das músicas para o baixo, e a Glaw trouxe propostas de arranjo com loops de bateria, conta Larissa.
A partir daí, “um mundo de paisagens sonoras” se abriu para Larissa Horta, que começou explorar pacotes de sons e beats eletrônicos. “Comprei um controlador e foi como um parque de diversões. Refiz os beats manualmente no computador, com sons e barulhinhos que traziam a estética que eu queria, e fui gravando as camadas de baixo a partir disso, tudo no meu home studio. Depois desta etapa, senti que ainda faltavam outros timbres nas músicas e, então, convidei a Glaw para gravar bases de teclados, que combinavam muito com a estética do meu trabalho e preencheram bem os espaços que faltavam”, conta a artista, que chegou ao conceito de “Prisma” pela relação com “o movimento que o baixo traz para a música e para minha vida”.
“O baixo é um instrumento que provoca e conduz muito o movimento na música e, além disso, por ser a minha voz e a minha forma de comunicação enquanto musicista, também me propõe muito movimento, sempre me impulsionando para o crescimento e para as ações. E agora não é diferente”, reflete Larissa. “Há muitos anos desejo transformar músicas que são referências para mim em arranjos para baixo, com o instrumento fazendo harmonia e melodia, porque o baixo, apesar de ser um instrumento grave, tem timbres lindíssimos em seus agudos, e essa é uma região que eu gosto bastante de explorar e ouvir. Além disso, o baixo é um instrumento que geralmente está em posição de acompanhar outros instrumentos, e acho muito legal mostrar a possibilidade de que ele também pode tocar uma música sozinho”, diz.
Assim como “Saúde” e “Lamento Sertanejo”, a última faixa do EP, “Novo Tempo”, (Ivan Lins), também guarda relações afetivas com Larissa Horta. Essa foi, de acordo com a baixista, uma das principais linhas-guia para a construção do repertório. “Todas as três músicas têm alguma relação com o que eu acredito ou com o que eu gosto de ouvir, além de serem canções de artistas muito inspiradores para mim”, afirma Larissa Horta, que vê “Prisma” como o marco de um novo momento de sua trajetória. “Tem sido um desafio grande e, ao mesmo tempo, muito prazeroso. Sinto que o baixo é uma forte via de comunicação para mim, um ‘portal’ por onde eu posso me expressar e me posicionar diante do mundo. Depois de tantos anos comunicando mensagens e opiniões de outros artistas através do meu instrumento, agora é a minha vez de sustentar a minha própria voz”.
Sobre Larissa Horta
Mineira de Belo Horizonte, Larissa Horta começou sua carreira musical há 19 anos e passou por importantes trabalhos de formação, como o Grupo Rosa dos Ventos, criado pela cantora Titane e o diretor teatral João das Neves (2005 a 2009). Foi baixista e backing vocal da cantora Fernanda Takai (2014 a 2018) e circulou com a turnê “Na Medida do Impossível”, do disco que leva o mesmo nome, lançado também em 2014 e registrado em DVD em 2016, no Inhotim, no qual também gravou. Tem se aprofundado em movimentos e composições femininas nos últimos anos, tendo participado de trabalhos autorais e gravado em álbuns e singles de diversas cantoras de Belo Horizonte, como Amorina, Flávia Ellen, Joana Bentes e Maíra Baldaia, com quem também gravou o DVD “Mais” (2018). Larissa é integrante das bandas OH! DARA, MPBaixinhos e do coletivo Truck do Desejo, e inaugura uma nova etapa da carreira em 2021, com o EP “Prisma” e a chegada de novidades autorais.
As informações são de Floriano Comunicação.