Na última quinta-feira (29), um estudo científico publicado pela revista técnica Science Direct, da editora anglo-holandesa Elsevier, apontou que a lama da barragem de Mariana, localizada na região Central de Minas Gerais, atingiu os corais do Parque Nacional de Abrolhos. A estrutura da mineradora Samarco rompeu em 5 de novembro de 2015.
A tragédia de Mariana lançou mais de 50 milhões de metros cúbicos de lama no Rio Doce. Além de ter invadido o oceano 17 dias após o rompimento. Porém, os estragos ambientais são desconhecidos.
No entanto, um sistema remoto de vigilância, que inclui dados sobre ventos, temperatura da superfície do mar e o total do material em suspensão na água, além de sua coloração indicou que a pluma de rejeitos de ferro atingiu a porção sul do Banco Abrolhos no dia 16 de junho de 2016, de acordo com os pesquisadores.
Além disso, foram coletadas amostras de água em uma área que abrange o estuário do rio até os recifes no sul do Banco Abrolhos para analisar a composição isotópica e microbiana.
Durante a análise não foi encontrado pistas de impacto negativo nas comunidades de corais, mas a análise isotópica confirmou a presença da pluma na área de recifes.
Sendo assim, o estudo vai servir como base para as futuras avaliações de impacto a longo prazo nos recifes de coral no banco de Abrolhos.
Uma pesquisa realizada no início deste ano pela Universidade do estado do Rio de Janeiro (Uerj) mostrou que a lama de rejeitos da barragem tinha chegado ao Parque de Abrolhos. Os dados também destacaram a presença de metais na região, como zinco e cobre.
O banco compreende uma área de 32 mil quilômetros quadrados de água rasa, com recifes de coral e manguezais, entre a Bahia e o Espírito Santo.
O vazamento no local também atingiu em poucas horas, manguezais e recifes de corais, comprometendo a fauna e pesqueiros da região.
No local, está localizado o Parque Nacional dos Abrolhos, onde ocorrem espécies endêmicas, como Aves, tartarugas e baleias.
(com supervisão de Patrícia Marques)