Juiz de Fora tem alta taxa de ocupação por Covid-19 nos hospitais

A maioria dos hospitais de Juiz de Fora apresenta altas taxas de ocupação de leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19. A taxa de ocupação de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 87,62%, na tarde desta quinta-feira (4), de acordo com o Painel Covid-19 da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por volta das 14h30. A Administração municipal considera que o aumento da ocupação dos leitos da cidade é reflexo do cenário nacional após o carnaval e de outro fator importante: a disseminação de novas variantes do coronavírus em Minas Gerais.

De acordo com os dados da PJF, o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus apresentava o índice mais preocupante, com 100% de ocupação e, em seguida, apareciam o Hospital Universitário, com 95,45%, e o Hospital João Felício, com 95%. Na faixa de ocupação de 80%, o painel mostrava os hospitais Santa Casa (85,45%), João Penido e Hospital de Pronto Socorro (85%) e Ana Nery (82,14%). Em seguida, aparecia o Hospital Unimed, com 75%.

Nas outras cinco unidades apresentadas pelo painel, a ocupação variava entre 60% e 50%. São eles: Monte Sinai e Instituto Oncológico (66,67%), Ascomcer (60%), São Vicente de Paulo (55,56%) e Albert Sabin (54,84%). Os dados têm por base informações obtidas no site da Prefeitura de Juiz de Fora.

382 casos de hospitalização por Covid

Segundo o painel, a cidade tinha, https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/04-03-2021/boletim-aponta-que-juiz-de-fora-tem-mais-tres-mortes-por-covid-19.html. A alta na taxa de ocupação de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) acontece depois de um período de índice estável, como o mês de fevereiro, que teve média diária de 295 internações.

O número de pessoas hospitalizadas em decorrência do coronavírus voltou a ultrapassar 300 casos no domingo (28 de fevereiro), quando atingiu a marca de 318. Desse total, naquela data, foram 125 hospitalizações em UTI e 193 em enfermaria. Quatro dias depois, os pacientes internados na cidade em razão da Covid-19 saltam para 382, uma alta de 64 casos.

Números de hospitalizados acima de 382 na cidade, em 2021, foram registrados somente em janeiro, mês em que a cidade teve o pico de 421 pessoas internadas somente no dia 13, sendo 151 em leitos de UTI e 270 em enfermaria.

Infectologista alerta para risco de subnotificação

O médico infectologista Rodrigo Daniel, responsável pelo Setor de Vigilância em Saúde do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), considera que ainda é muito precoce atribuir as altas taxas de ocupação de leitos às novas variantes do coronavírus. “Não há ainda confirmação de tantos casos provocados pelas variantes”, afirmou, acrescentando que, “na verdade, pode não ter acontecido uma queda, de fato, nos números de casos, como se pensou, já que pode estar havendo uma subnotificação”.

Para ele, a população precisa ter acesso aos testes de diagnóstico da Covid-19, fato que contribui para os números traduzirem melhor a realidade desse cenário de pandemia. “As pessoas têm dificuldade em entender como é possível ter acesso a exames. Várias categorias conseguem fazer exames pelo SUS, mas ainda não existe uma divulgação clara sobre essa possibilidade. As pessoas precisam saber que quem apresentar os sintomas pode procurar a Atenção Básica e conseguir realizar o teste de forma gratuita. A população tem a noção errada de que só quem está internado pode fazer exames pelo SUS. Várias categorias e pacientes com fatores de risco têm direito de fazer o exame de forma gratuita. Essa possibilidade já está em vigor desde o ano passado, e as pessoas precisam conhecê-la”, disse, lembrando que o cidadão pode fazer a consulta médica e ter o encaminhamento para a realização do teste por meio do SUS.

Ele não descarta os impactos das aglomerações no período de carnaval para o aumento da ocupação dos leitos e explica que a ocupação de UTI acontece de forma tardia, o que gera um volume maior de pacientes depois de certo tempo. O infectologista é enfático em alertar que o distanciamento social é a principal medida que se tem contra o coronavírus, junto com o uso regular da máscara.

Prefeitura aponta dois grupos como os mais afetados

Ao posicionar-se para a Tribuna de Minas a respeito das altas taxas de ocupação de leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19, a Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Secretaria de Saúde, pontuou que, “como mostra o Painel Covid-19, há um aumento do número de casos confirmados nos últimos 14 dias, que passou de 85 para a média de 171, nas últimas 24h”. Segundo a pasta, é possível perceber também que há duas faixas etárias entre os grupos mais afetados. A primeira é a de 30 a 39 anos, que conta com 4.784 casos, o que representa 23,5% dos infectados. A segunda, a de idosos acima de 60 anos, com 4.296, o que representa 21% dos infectados.

Conforme a Secretaria de Saúde, no início de janeiro, foram criados onze leitos de UTI Covid, o que representa 10% de novos leitos no município. Essa ampliação, segundo a pasta, “ajudou a amenizar a situação que, neste momento, poderia estar pior, uma vez que a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid-19 está em 87,62% (por volta das 14h30)”. Como forma de combater o avanço da Covid-19, a PJF pontuou que ações mais restritivas foram tomadas na cidade com o retorno à faixa vermelha do Programa Juiz de Fora pela Vida. “Além disso, anteriormente, a Prefeitura de Juiz de Fora já havia cancelado, em fevereiro, o ponto facultativo dos servidores públicos municipais como forma de evitar as viagens no período de carnaval e assim evitar o aumento do contágio”, ressaltou.

Manutenção do distanciamento social

A Secretaria de Saúde destacou que a melhor medida para controlar a situação é a manutenção do distanciamento social. “É necessária uma forte participação e conscientização popular para combater a disseminação do vírus e evitar as hospitalizações, com a utilização de máscaras e a manutenção dos hábitos de higiene, como lavar as mãos e utilizar álcool em gel.”

A pasta alerta também para a necessidade de procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de forma precoce, logo no início do surgimento dos sintomas (pelo menos dois sintomas). Em locais sem a cobertura de UBSs deve-se procurar o Centro Covid-19 PAM Marechal, com funcionamento de 7h às 11h e das 13h às 17h. Em caso de sinais de gravidade, falta de ar, dificuldade para respirar ou desconforto respiratório, deve-se procurar atendimento na urgência e emergência.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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